Maior goleada sobre o Sp. Braga em quase 38 anos
O SC Braga foi hoje goleado pelo Benfica por 6-1, no estádio da Luz, no jogo que encerrou a 11.ª jornada da I Liga de futebol.
Logo aos dois minutos, Grimaldo inaugurou o marcador, mas Ricardo Horta, aos 12, ainda igualou o encontro para os bracarenses. Depois, aos 37, Darwin fez o 2-1 e Rafa, com um bis, aos 42 e 45+3, levou o Benfica a vencer 4-1 para o intervalo. Na segunda parte, Everton também ‘bisou’, aos 52 e 59 minutos.
Esta goleada colocou um ponto final na série de 10 jogos consecutivos sem perder do Braga. O último desaire dos bracarenses foi em 16 de setembro, diante do Estrela Vermelha (2-1), para a Liga Europa. Desde então, tinha somado sete vitórias e três empates.
Por sua vez, depois de três jogos sem vencer – Bayern de Munique (5-2), Estoril-Praia (1-1) e Vitória de Guimarães (3-3) –, os ‘encarnados’ entraram em campo obrigados a conquistar os três pontos, já que os líderes FC Porto e Sporting, com 29 pontos, levaram a melhor sobre Santa Clara (3-0) e Paços de Ferreira (2-0), respetivamente. Com este triunfo o Benfica mantém-se a um ponto dos rivais.
Assobiado pelos adeptos antes do apito inicial, Jorge Jesus fez quatro alterações no ‘onze’ inicial em relação ao que perdeu com os germânicos, tendo Morato cedido o lugar a Otamendi, Weigl rendido Meité e Rafa e Darwin assumido os lugares de Pizzi e Yaremchuk no ataque.
Com uma entrada a todo o gás, o Benfica adiantou-se no marcador logo aos dois minutos. Darwin Nuñez ‘roubou’ a bola a Galeno e, junto à linha de fundo, centrou para Grimaldo, que, à entrada da pequena área e sem marcação, cabeceou para o fundo da baliza a cargo de Matheus.
Os comandados de Carlos Carvalhal lançaram-se para cima do Benfica, passaram a jogar no meio-campo adversário e, aos 12 minutos, Castro aproveitou um desacerto defensivo e lançou Ricardo Horta, que rematou cruzado para a igualdade.
Depois da estreia pela equipa principal dos ‘encarnados’ frente ao Bayern de Munique, Paulo Bernardo foi chamado ao jogo aos 23 minutos para render João Mário, que estava com limitações físicas desde os 10. Pouco depois, Lucas Veríssimo lesionou-se e foi rendido por Morato.
A remar e a fazer pela vida, o Benfica estava longe de imaginar que a noite lhe iria sorrir e que, finalmente, Everton iria mostrar as credenciais que lhe ‘carimbaram o passaporte’ para a Luz. Depois de um trabalho exímio no corredor central, ‘Cebolinha’ soltou para Grimaldo, que, com um remate forte, ‘obrigou’ o guarda-redes Matheus a defender para o lado, tendo a bola sobrado para Darwin fazer o 2-1, aos 37.
O Braga manteve o ‘pé no acelerador’, mas acabou por ser vítima de uma jogada de contra-ataque, em que Everton serviu Rafa Silva, que ‘sentou’ Diogo Leite para o 3-1, aos 42 minutos. A mesma dupla fez estragos aos 45+3, numa jogada em que Siqueira torceu o joelho esquerdo e foi rendido por Francisco Moura.
A abrir a segunda parte, Everton, que curiosamente recebeu a bola de Rafa, e, depois de um excelente trabalho individual na área bracarense, onde tirou dois adversários da frente, fez o 5-1, aos 52 minutos, jogador que viria a ‘bisar’, aos 59, após assistência de Darwin.
Perante resultado tão expressivo, o Braga recuou, fechou-se como pôde, valendo ainda uma excelente defesa de Matheus, aos 73 minutos, após remate de Gonçalo Ramos, que tinha rendido Darwin, aos 65, altura também em que Everton recebeu a ovação do público, ao ser substituído por Pizzi.
Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, em declarações aos jornalistas após a derrota por 6-1 com o Benfica no Estádio da Luz:
«Assumo a responsabilidade total por este resultado e já o tinha dito aos meus jogadores ao intervalo e disse-o no final. Tentámos vencer o jogo dentro da nossa forma de jogar, com pressão alta e articulação entre jogadores. A partir de determinada altura começou a faltar energia contra um Benfica com jogadores versáteis, rápidos na frente e com muita eficácia na primeira parte. Isso custou-nos muito caro.
Vínhamos de uma sequência de jogos grande, a jogar de três em três dias. Com o Paços de Ferreira, na Taça da Liga, jogámos muito tempo com 10, depois um jogo muito importante com o Ludogorets, em que fomos com tudo para esse jogo, talvez um dos melhores da época e, agora, outro jogo de elevadíssima dificuldade. O Benfica fez uma gestão perfeita dos jogadores e teve mais dois dias de recuperação.
O Sp. Braga vem de 10 jogos sem conhecer o sabor da derrota. É a segunda para o campeonato. Perdemos três pontos, não mais que isso, mas evidentemente que com números que não gostávamos. Possivelmente foi um erro de avaliação minha, porque estava convencido de que a nossa equipa conseguia fazer em 90 minutos aquilo que fez nos primeiros 20.
É um acidente de percurso. Os meus jogadores sabem porque é que perdemos e sabem que a responsabilidade é minha. Nesta paragem vamos repor energias e atacar as competições outra vez.
O padrão da nossa equipa é o que fez até hoje. O que aconteceu hoje foi uma exceção. Mérito do Benfica também, pela qualidade dos jogadores, quase todos internacionais e que, quando têm uma oportunidade, normalmente concretizam.»
Jorge Jesus, treinador do Benfica, em declarações aos jornalistas após a goleada ao Sp. Braga por 6-1:
«Foi uma noite perfeita em termos de resultado, mas turbulenta em termos de lesões. De certeza que a lesão do Lucas é grave. Mais o Darwin, o João Mário e o Rafa. O Rafa, no fim do jogo, apareceu carregado muscularmente. Já não o podia tirar e disse-lhe para não correr muito. Foi noite muto complicada, apesar da qualidade, da velocidade de jogo e da vitória. Começámos a ganhar este jogo com o Bayern Munique. Mas nem tudo foi perfeito principalmente por causa dos jogadores lesionados.»
[Vitória é um alívio e pode ser um ponto de viragem?]
«É como eu disse antes: a forma como queres tirar qualidade a uma equipa passa muito por ganhar e não ganhar. Se querem saber o que eu passei à equipa esta semana, eu disse: ‘Vocês estão a jogar tão mal que eu só quero que joguem igual aos últimos jogos. E vamos ganhar ao Sp. Braga. Porque eu sabia que assim íamos ganhar em Sp. Braga. Eu sei que a equipa nunca jogou mal, mas sei vocês [jornalistas] fazem a análise dos jogos pelos resultados. Como eu vejo as coisas de outra maneira e eu é que treino os jogadores, disse durante a semana e hoje que só queria que jogassem como estavam a jogar, porque os golos iam aparecer e, se aparecessem, a forma como iam categorizar a nossa exibição seria diferente.
Ficha de Jogo
Jogo realizado no Estádio da Luz, em Lisboa.
Benfica – SC Braga, 6-1.
Ao intervalo: 4-1.
Marcadores:
1-0, Grimaldo, 02 minutos.
1-1, Ricardo Horta, 12.
2-1, Darwin, 37.
3-1, Rafa, 42.
4-1, Rafa, 45+3.
5-1, Everton, 52.
6-1, Everton, 59.
Equipas:
– Benfica: Vlachodimos, Lucas Veríssimo (Morato, 33), Otamendi, Vertonghen, Gilberto (Diogo Gonçalves, 65), Weigl, João Mário (Paulo Bernardo, 23), Grimaldo, Rafa, Everton (Pizzi, 65) e Darwin (Gonçalo Ramos, 65).
(Suplentes: Helton Leite, Morato, Diogo Gonçalves, Meité, Paulo Bernardo, Pizzi, Gonçalo Ramos, Seferovic e Yaremchuk).
Treinador: Jorge Jesus.
– SC Braga: Matheus, Paulo Oliveira, Diogo Leite, Sequeira (Moura, 45+6), Fabiano (Yan Couto, 46), Al Musrati, Castro (Lucas Mineiro, 64), Galeno, Lucas Piazon (Iuri Medeiros, 72), Ricardo Horta e Abel Ruiz (Vítor Oliveira, 46).
(Suplentes: Tiago Sá, Bruno Rodrigues, Yan Couto, Lucas Mineiro, André Horta, Moura, Iuri Medeiros, Vítor Oliveira e Mario González).
Treinador: Carlos Carvalhal.
Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Al Musrati (27), Gilberto (48), Pizzi (81), Gonçalo Ramos (83) e Lucas Mineiro (90).
Assistência: Cerca de 40.000 espetadores.