Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo revela que há queixas em relação à Ryanair.
Estão praticamente todos resolvidos os processos de reembolso aos clientes das agências de viagens, ainda que nem todas as companhias aéreas tenham devolvido às agências o dinheiro dos voos que ficaram por fazer devido à pandemia.
Pelo que revela a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) há queixas em relação à Ryanair. Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, conta que a atitude da companhia low cost contrasta com o comportamento de outras companhias aéreas.
Em relação à TAP, com quem as agências de viagens trabalham muito, o reembolso está feito.
“O maior problema desse universo, que é a TAP, está resolvido. Há diálogo com quase todas as companhias aéreas no sentido de continuar a agilizar reembolsos que continuam por realizar. Agora é preciso destrinçar o problema dos reembolsos com a falta de diálogo. A maioria das companhias aéreas mantém um diálogo aceso com as agências de viagens e com a TAP”, explicou à TSF Pedro Costa Ferreira.
Seja como for, o grosso das situações está resolvido. Os operadores pagaram às agências e as agências pagaram aos clientes.
“As agências de viagens cobraram uma boa parte das dívidas dos seus fornecedores. Por exemplo, com a TAP, cobrou-se cerca de 10 milhões de euros num processo de diálogo que correu muito bem com a transportadora aérea nacional, utilizaram-se muitos vales em viagens, sobretudo em 2021, e também foram pagos muitos vales de viagens não viajados. Só através da nossa linha de crédito, conseguida exatamente para esse efeito, foram pagos mais de 30 milhões de reembolsos”, afirmou o presidente da APAVT.
Para os clientes que ainda não foram reembolsados, Pedro Costa Ferreira assegura que o fundo de garantia pode dar-lhes resposta. Já sobre a recuperação do setor e as previsões para as próximas férias, o presidente da APAVT fala numa recuperação lenta, com os níveis de 2019 a serem só atingidos em 2023, mas revela que há algum otimismo em relação ao fim de ano.
“Por um lado há já algumas operações charter para destinos importantes e tradicionais do final de ano que estão com boa atividade de reservas. Por outro lado, apesar da enorme flexibilidade que caracteriza o mercado do ponto de vista das possibilidades de reembolso e alteração de reserva, é também um facto que o atual momento do mercado tem originado reservas mais tardias. Portanto, o grosso das reservas estará ainda por fazer, mas não há preocupação do nosso lado”, acrescentou Pedro Costa Ferreira.