A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública marcou uma manifestação nacional para esta sexta-feira, 20 de maio, em Lisboa, que vai causar constrangimentos no funcionamento de vários serviços.
Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, espera que a ação afete sobretudo escolas, bem como tribunais e outros serviços centralizados, nomeadamente a Segurança Social. Também os hospitais poderão ser afetados.
Em declarações à Multinews, o responsável começa por referir que “é muito difícil de prever (os setores afetados) porque o objetivo é exatamente que os trabalhadores se desloquem à manifestação, não estamos a fazer um trabalho de mobilização para uma greve geral”.
“No entanto, as escolas seguramente serão afetadas, bem como tribunais e todos os serviços públicos centrais, como a Segurança Social e os serviços autárquicos, em que se esperam constrangimentos”, revelou.
As escolas já estão inclusive a enviar circulares aos pais a dar conta do sucedido. “Vimos informar que em virtude de estar convocada uma manifestação da Função Pública, poderá não ser possível assegurar o normal funcionamento”, lê-se nos documentos a que a Multinews teve acesso.
A par da manifestação, foi ainda feito um aviso prévio de greve de 24 horas (a partir da meia-noite), para os funcionários poderem marcar presença na ação em Lisboa, que vai afetar também a área da saúde.
Em comunicado, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, “informa que o Aviso Prévio de Greve para participação na Manifestação Nacional, abrange os trabalhadores de todos os Serviços Públicos de Saúde, incluindo os que laboram em estabelecimentos que estejam concessionados a IPSS e Misericórdias”.
Num outro aviso prévio, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), também indica que “no sentido de participar na Manifestação Nacional de Trabalhadores da Administração Pública, na sexta-feira, o STAL decreta uma greve ao trabalho normal, às horas extraordinárias e ao trabalho suplementar”, lê-se.
A greve, acrescenta, “abrange todos os trabalhadores da Administração Local e Regional, independentemente do tipo de vínculo, incluindo as empresas municipais, fundações e prestadoras de serviços de natureza pública ou privada”.
Além disso, incluem-se também “os que exercem funções nos estabelecimentos públicos de educação e ensino não superior, nas Associações Humanitárias de Bombeiros e, ainda, os colocados no Centro de Emprego”.
Recorde-se que a Frente Comum convocou no passado dia 26 de abril uma manifestação nacional em Lisboa, para esta sexta-feira às 14h30.
Em conferência de imprensa na altura, Sebastião Santana explicou que se verifica “uma perda acumulada de 15,4% na administração pública” e o que o Governo propõe é “uma atualização salarial de 0,9% o que não vamos aceitar, mantemos a nossa proposta de 90 euros de aumento”, afirmou.
Neste sentido, adiantou, “entendemos realizar uma manifestação nacional no próximo dia 20 de maio, pelas 14h30, num percurso que vai do Marquês de Pombal até à Assembleia da República.”
O objetivo, é “lutar por um aumento de salários que faça face ao aumento do custo de vida, garantir a discussão de matérias fundamentais como a correção da tabela remuneratória única, a questão do sistema de avaliação, da efetiva valorização das carreiras e do reforço das funções sociais do estado e serviços públicos”.
Além do aumento geral dos salários em 90 euros, a Frente Comum reivindica a correção da Tabela Remuneratória Única, o descongelamento efetivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias e a revisão do sistema de avaliação.