A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) reagiu, em comunicado, com “perplexidade” às declarações do primeiro-ministro, no que diz respeito ao aumento de 20% dos salários médios, e propõe “um pacto entre governo e as empresas”.

Sem que fosse proposta “nenhuma medida efectiva de estímulo à economia”, a Associação refere que “num estado de direito, espera-se que os governantes sejam responsáveis, equilibrados e não meros propagandistas que lançam propostas inexequíveis por mero ganho político”.

Para a associação, presidida pelo empresário bracarense Ricardo Costa, a proposta do Governo “não pensa naquilo que é o interesse do país” e mostra as suas preocupações relativamente à “inflação galopante de todas as matérias-primas”, ao “aumento desgovernado dos custos energéticos” e a “dificuldade de contratação de recursos humanos”, o que, na visão da AEMinho, se retrata nas “inerentes dificuldades das empresas em serem competitivas na contratação”.

Para além disso, a AEMinho realça que “as empresas portuguesas têm sido exemplares em todos os momentos da vida económica do país” e que, por isso, “empresas e trabalhadores conquistaram o direito a serem ouvidos e tidos em conta”, de forma a que “os erros do passado não voltem a assombrar no futuro”.

Dessa forma, a AEMinho defende que “melhores salários se traduzirão em mais competitividade na hora de contratar”, algo que «terá um efeito positivo no progresso do tecido empresarial”. Assim, a Associação propõe “um pacto entre governo e as empresas”.

Ora, este “pacto” passa por um “esforço conjunto entre empresas e Governo”: “se, por um lado, as empresas devem esforçar-se para poderem pagar salários mais elevados, por outro, o Estado tem de gerir muito melhor os recursos e, daí, conseguir ser mais barato aos contribuintes”.

Com base neste enquadramento prévio, a Associação Empresarial do Minho sugere que as empresas devem realizar um “compromisso para atingirem a meta proposta pelo primeiro-ministro”, e, por outro lado, “o Estado deve comprometer-se a reduzir a carga fiscal sobre o trabalho na exacta proporção do aumento percentual do salário médio”.

Assim, a Associação considera que estarão a ser criadas “as condições para que o Estado se auto imponha numa maior eficiência na gestão de recursos e na tomada de decisões”, sendo que, a AEMinho destaca que “na escala de prioridades, importa primeiro reduzir a carga fiscal sobre os trabalhadores”.