A Câmara Municipal de Viana do Castelo vai promover um projeto de conservação e restauro do Chafariz da Praça da República, ex-libris da principal sala de visitas da cidade.
Em causa estão patologias da pedra que afetam o chafariz, a necessidade de substituição da tubagem interior e da consolidação da estrutura. De acordo com especialistas na área, é necessário que o chafariz seja totalmente desmontado para ser tratado e voltar a ser colocado, o que obedece a um projeto técnico específico não só de consolidação da estrutura como de tratamento das patologias do granito, com o acompanhamento da Direção Regional de Cultura do Norte. Dada a classificação do monumento como Património Nacional, a obra também carece de validação da Direção Geral do Património Cultural.
O Chafariz da Praça da República é do século XVI. Foi construído, ou pelo menos concluído em 1559, sendo obra do mestre canteiro João Lopes “o velho”, o mesmo que alguns anos antes executara o chafariz de Caminha e, muito provavelmente, alguns dos chafarizes semelhantes que podemos encontrar em cidades galegas como Pontevedra.
Foi, durante vários séculos, o ponto de abastecimento de água potável da população vianense e, pela sua monumentalidade e localização, uma das referências urbanas do burgo.
O chafariz corresponde a uma construção de arquitetura infraestrutural, maneirista. Representa um chafariz central de tanque de planta circular, formado por lajes exteriormente decoradas com almofadas concavas e denticulado, colunas galbadas ornadas com motivos vegetalistas diferentes e duas taças, também circulares, com várias molduras e friso denticulado, rematado em coruchéu vegetalista, num claro esquema piramidal. Juntamente com o chafariz do Porto (1544), de Pontevedra (1549) e de Caminha (1551) converteu-se no protótipo de fonte pública custeada pelo concelho durante os meados do século XVI.