Um segundo evento de calor extremo está a atingir Espanha e o sul de França, com temperaturas máximas que normalmente não são registadas até julho ou agosto, de acordo com o ‘The Guardian’.
A agência de meteorologia do estado francês, Météo France, disse que as temperaturas já ultrapassaram os 35 graus perto do Mediterrâneo, esperando-se que subam ainda mais a partir do meio da semana, à medida que a massa de ar quente se desloca para o norte, podendo chegar aos 39 graus.
Mesmo na Alsácia, na Bretanha e na região metropolitana de Paris, espera-se que as temperaturas atinjam – e em algumas áreas ultrapassem significativamente – os 30 graus, segundo o meteorologista Patrick Galois, que adianta que a capital francesa pode atingir os 35 graus na quinta-feira.
Galois disse que tais eventos ocorrem “muito raramente” em junho e só no final do mês. “Se este episódio for confirmado, será um recorde em termos de quão cedo ocorreu”, afirmou o especialista ao ‘The Guardian’,
O pico do episódio deverá ser atingido entre quinta-feira e sábado, referiu a Méteo France, adiantando que está a ser alimentado por um sistema atlântico de baixa pressão entre os Açores e a Madeira, favorecendo a subida do ar quente na Europa Ocidental.
Na vizinha Espanha, as temperaturas do início de junho são as mais quentes registadas em pelo menos 20 anos, com 40 graus no passado fim de semana em Sevilha e nas proximidades de Córdoba, 42 graus no vale do Guadiana na Extremadura e 43 em outras partes do sul do país.
“Estamos a enfrentar temperaturas excecionalmente altas para junho”, disse um porta-voz da Aemet, o gabinete meteorológico estadual, acrescentando que o último episódio foi o terceiro registado mais cedo.
O meteorologista disse que o aquecimento global significa que o verão de Espanha começa agora entre 20 a 40 dias mais cedo do que há 50 anos. O ano passado foi o mais quente e seco já registado no país, com temperaturas a atingir uma subida histórica de 47,4°graus na província de Córdoba.
Os episódios de calor extremo nos dois países seguem o maio mais quente já registado em França e Espanha. França registou temperaturas superiores a 38 graus – cerca de 17 graus mais quentes que a média sazonal – em algumas partes do sul no mês passado.
As cidades do sul de Albi, Toulouse e Montélimar igualaram ou superaram os seus recordes anteriores para o mês de maio, registando 33,7 graus, 33,4 e 33,8 graus, enquanto mesmo o noroeste da Normandia atingiu 27 graus, batendo um recorde de maio que remonta a 1922.
Em Espanha, uma massa de ar quente e seco que sopra de África levou a temperaturas diárias “excecionalmente altas” entre 10 e 15 graus acima de algumas médias mensais locais em uma onda de calor de maio de “intensidade extraordinária e excecional”.
O país registou sua temperatura mais alta de todos os tempos, 47,4 graus, em agosto passado na cidade andaluza de Montoro. O recorde de França foi registado durante a onda de calor europeia de 2019, quando Vérargues no departamento de Hérault atingiu 46 graus.
Já em Portugal, seis distritos do continente estão esta terça-feira sob aviso laranja devido à previsão de tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Os distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja vão estar sob aviso laranja, enquanto o IPMA colocou Vila Real, Viseu, Santarém e Setúbal sob aviso amarelo. As temperaturas máximas vão chegar aos 40 graus em Évora.