A França pode levantar o recolher obrigatório nos dias 25 e 31, assim como o Reino Unido, com o ónus colocado no cidadão, mas onde se permitem reuniões de três famílias diferentes na consoada. Na Alemanha há também algum relaxamento. Espanha e Bélgica são, até agora, os mais restritivos.

Na Europa há 17 milhões de infetados pelo coronavírus, 407 mil mortos e 7,7 milhões de pessoas já recuperaram da nova doença respiratória aguda. Neste contexto, muitos países europeus estão a colocar restrições à circulação, ao comércio e aos ajuntamentos.

Em Portugal, que terá muito provavelmente um estado de emergência a vigorar durante o período natalício, poderão esperar-se medidas semelhantes às que enfrentamos hoje, sobretudo limites à circulação em certos horários e regiões e o encerramento antecipado do comércio e da restauração. Isto apesar de a pandemia estar a estabilizar e ser visível a tendência de descia em quase todo o país. Veja agora qual é o panorama das festas em sete países europeus.

Espanha: convívios a seis

O país governado pelo socialista Pedro Sánchez limita os ajuntamentos a seis pessoas. A exceção aplica-se a famílias numerosas que vivam na mesma casa. “Com respeito pelas reuniões familiares, recomendamos que sejam limitadas a coabitantes. Havendo um convidado externo, o máximo dentro de casa deve ser de seis pessoas”. Na Catalunha, o Governo regional diz que tomará as suas próprias decisões e que vai autorizar ajuntamentos até dez pessoas. Nos dias 24 e 31 de dezembro, o recolhimento obrigatório passará das 23 horas para a 1 hora da madrugada. E Espanha, que tem 46 milhões de habitantes e entrou em outubro num estado de emergência com a duração de seis meses, soma agora 1,6 milhões de infetados desde o início da pandemia; o número de mortos ultrapassou esta semana os 45 mil.

França poderá levantar o recolher nos dias 25 e 31

Com 2,2 milhões de casos e 58 mil mortos, a França, onde os hospitais estão sob extrema pressão, o presidente Macron já avisou que “este Natal não vai ser como os outros” e que as proibições de circulação entre diferentes regiões vão depender da progressão dos números da pandemia. Com um recolher obrigatório que, genericamente, vigora entre as 21 horas e 7 horas da manhã, e que já dura desde o início de novembro, há uma breve luz de esperança para os gauleses: a 15 de dezembro pode ser relaxado o confinamento, mas apenas se o número diário de infeções for inferior a cinco mil. Nos dias 25 e 31 de dezembro, o recolher obrigatório pode mesmo ser excecionalmente levantado – mas ainda não é certo.

Alemanha permite dez pessoas, mais crianças

No país de Angela Merkel haverá um relaxamento das medidas entre os dias 23 de dezembro e 1 de janeiro, mas não se realizarão os tradicionais mercados de Natal, que estão cancelados, assim como todos os eventos públicos de massas. Em 16 Estados federais devem aprovar-se ajuntamentos até dez pessoas de dois agregados familiares, mas o número até pode ser superior porque as crianças até 14 anos não serão contadas. A máscara e o distanciamento continuam a ser exigidos. Números da pandemia no pais de 83 milhões de habitantes: 17 mil mortos e 1,1 milhões de infetados.

Bélgica limitada a coabitantes

Este pais com 11 milhões de habitantes tem das piores taxas de covid da Europa: 582 mil infetados, 16 mil mortos – comparativamente, Portugal tem 303 mil casos e 4645 mortos.

Os belgas mantêm o comércio não essencial e os eventos públicos fechados há um mês e as famílias preparam-se agora para assinalar a data natalícia em convívio restrito aos coabitantes da mesma casa, admitindo apenas um convidado extra. O primeiro-ministro Alexander De Croo já deu o exemplo e vai partilhar o Natal apenas com a mulher e os dois filhos: “Não preciso de ser virologista para saber que esta é a forma correta de agir”, diss