Esta semana, a Comissão Europeia divulgou um relatório que mostra que os países do Sul estão sob condições “severamente mais secas do que o normal” até novembro, intensificando os fenómenos de seca intensa que já se têm feito sentir nos últimos meses. A mesma análise alerta para a falta de água em Portugal.
Sara Correia, da associação ambientalista Zero, conta à ‘Rádio Renascença’ que esse documento deixa claro que “vamos ver prolongadas as condições que temos atualmente, tempo seco e quente, portanto, isto vai agravar a situação que já estamos a viver e que deixou grande parte das nossas albufeiras e barragens numa situação bastante critica”.
As previsões apontam para um agravamento da situação e, se tal vier realmente a verificar-se, será preciso adotar “medidas para fazer uma gestão muito mais ao detalhe daquilo que são os recursos hídricos que temos disponíveis”.
Sobre onde as medidas devem incidir com maior ênfase, Sara Correia argumenta que “tem que ser sempre assegurado o abastecimento às populações, esta é a prioridade”, e que “todas as outras utilizações da água ficarão para segundo plano, apontando que a agricultura é “o setor que mais consome água a nível nacional”.https://a51ddb80eb1e9a4368733c1497f42d3c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Quanto à possibilidade de se implementar o racionamento do consumo doméstico, a ambientalista refere que “não temos propriamente essas medidas rígidas que obriguem a população a um consumo muito rigoroso da água, mas essas medidas podem ser equacionadas”. Embora ainda não seja certo “se chegaremos ao ponto de racionar a água para consumo doméstico”, não se pode afastar essa possibilidade.