“Uma família normal gasta entre 350 kWh e 450 kWh. O Inverno está a chegar e ninguém se conseguirá aquecer se ficar pelos 100 kWh de consumo. E aquela da Europa a querer Portugal no esforço de baixar o consumo energético. Vai ficar tudo bem… Congelado”. Assim se comenta num post de 12 de setembro no Facebook que motivou comparações com outros países europeus, onde há mais habitações climatizadas e/ou mais bem isoladas ao nível térmico.

Ainda assim, será verdade que o consumo médio de uma família em portuguesa ronda os 350/450 kWh?

Para fazer contas às faturas dos portugueses, o Polígrafo consultou o último Inquérito ao Consumo de Energia no Sector Doméstico, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em julho de 2021. No documento informa-se que o consumo de eletricidade por alojamento em 2020 foi de 0,289 Toneladas Equivalentes de Petróleo (tep), perfazendo uma despesa anual de 751 euros. Fazendo uma conversão, estamos a falar de 3.360 kWh de consumo anual, o que equivale a 280 kWh de consumo mensal.

Por outro lado, se tivermos em conta o consumo de energia elétrica em contexto doméstico por habitante, dados disponíveis na Pordata para o ano de 2020, este rondou 1.321 kWh anuais, ou seja, 110 kWh por mês. Se multiplicarmos este número por três, obtemos um consumo médio (para uma família de três elementos) de 330 kWh mensais. Por quatro, 440 kWh mensais. Por cinco, 550 kWh mensais. E assim sucessivamente.

Importa porém ter em conta que, de acordo com os dados da Pordata, a dimensão média dos agregados domésticos privados em 2020 foi de 2,5 indivíduos. Assim, o consumo médio por habitação rondou, nesse ano, precisamente 275 kWh, ou, em números redondos, os 280 kWh (dados coincidentes com os do INE).