Rocha, da Lista L, bateu Carla Castro e José Cardoso na eleição interna, com 51,7% dos votos.
O eleito deputado por Braga nas eleições antecipadas de janeiro Rui Rocha foi hoje eleito o novo presidente da Iniciativa Liberal (IL), tendo a moção apresentada pela sua lista à comissão executiva alcançado 51,7% dos votos.
“Vamos transformar Portugal. Todos são convidados a participar”, declarou Rui Rocha, em reação ao anúncio da sua vitória nas eleições internas do partido, este domingo, na sua VII Convenção.
Rocha e a sua lista L, que se apresentou sob o lema “Liberalismo para todos”, conquistaram 51,7% dos votos, ao passo que a sua principal rival, a deputada Carla Castro, que encabeçava a lista M, acolheu apenas 44% dos mesmos. José Cardoso, da lista A, teve 4,3% dos votos.
“Paciência” e “resiliência” foram dois dos fatores que Rui Rocha começou por referir nos seus agradecimentos iniciais, depois de uma convenção que ficou marcada pelos extensos atrasos, com a votação a começar cinco horas após o previsto.
Rocha agradeceu ainda aos seus rivais diretos, Carla Castro e José Cardoso, a “coragem cívica que demonstraram e o modo como contribuíram para esta eleição”. “Ao agradecer” a esta dupla, “convoco todos os liberais que queiram participar do futuro da Iniciativa Liberal que hoje começa”, declarou ainda Rui Rocha, por entre as palmas dos militantes deste partido que ocupou, durante o fim de semana, o Centro de Congressos de Lisboa.
“Quero agradecer, em nome de todos os liberais, a João Cotrim de Figueiredo. Foi um líder extraordinário”, vaticinou ainda o seu sucessor, enaltecendo o que o líder demissionário “fez pelo partido”.
“As batalhas que temos lá fora para combater são as batalhas de um país estagnado, em que o salário de 56% dos portugueses está abaixo de mil euros, 65% se for entre os jovens. Onde a saúde não responde às necessidades dos portugueses. É esse país que temos de combater”, acrescentou ainda Rui Rocha.
“O objetivo desta candidatura era levar a IL a um patamar, se as eleições ocorrerem daqui a quatro anos, de cerca de 15%, porque é o único que nos permite influenciar a política portuguesa com significado. Esses 15% que diziam que era extremamente complicado e ambicioso de mais… sim, nós vamos lá, vamos ter esses 15% e vamos acabar com o bipartidarismo em Portugal”, garantiu Rocha, que quer Portugal num patamar “completamente alternativo” à realidade atual do país.
“Nós precisamos de transformar completamente o país, porque não se aguenta mais estagnação, mais pobreza, mais burocracia, mais asfixia”, pediu o novo líder da Iniciativa Liberal, defendendo uma reforma do Estado e “liberdade de ser” e insistindo numa ‘nega’ a que “o bipartidarismo continue a ocupar o Estado”.
O novo líder liberal anunciou ainda que vai “desafiar” o grupo parlamentar da IL a apresentar uma “proposta de revisão da lei eleitoral”, porque “em termos de representação democrática, é absolutamente inaceitável que 700 mil votos dos portugueses tenham sido deitados ao lixo”.
Ainda no âmbito parlamentar, Rocha assumiu que o lugar da IL deverá ser na liderança da oposição, disparando: “O Governo do PS pode agarrar-se ao poder, durar meses, até anos, mas está esgotado, politicamente morto, e fomos nós que o declarámos.”
Nesse âmbito, apontou também miras ao líder do PSD, Luís Montenegro, a quem questionou se estará do lado dos que “defendem a liberdade” no processo de revisão constitucional, criticando-o pela abstenção na moção de censura ao governo socialista que os liberais apresentaram, e que acabou chumbado.
“Mais bem entregue”
“Acho que o partido fica mais bem entregue do que ficaria nas minhas mãos”, elogiou João Cotrim Figueiredo, antigo líder da IL, relativamente à subida de Rui Rocha ao lugar que o mesmo abandona.
Lista eleita para a Comissão Executiva:
Presidente: Rui Rocha
Vice-Presidentes: Ricardo Pais Oliveira, Angélique Da Teresa, Bernardo Blanco e Ana Martins
Secretário-Geral: Miguel Rangel
Tesoureiro: Tiago Oliveira Martins
Vogais: Nuno Barata, Nuno Morna, Joana Cordeiro, Pedro Almeida, Rui Ribeiro, Pedro Schuller, Cláudia Neto de Vasconcelos, André Abrantes Amaral, Mário Amorim Lopes, Rodrigo Gonçalves da Silva, Olga Baptista, Luis Nascimento, Miguel Noronha, Ricardo Zamith, Pedro Pereira, Catarina Neto, António Costa Amaral, Bruno Mourão Martins.