Sismo teve lugar a 33 kms da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia e próximo da fronteira com a Síria. É o maior desde 1939.
Um segundo sismo, de 7.6 na escala de Richter, abalou a Turquia, esta segunda-feira de manhã, horas depois de um de 7.8 ter atingido o sul do país e o norte da Síria, provocando milhares de mortos e feridos. No entanto, sabe-se agora que as redes sísmicas nacionais registaram o sismo que fez tremer os dois países.
Em declarações à Lusa, o chefe de divisão de geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Fernando Carrilho, esclareceu que se trata de “um sismo de grande dimensão que é registado globalmente” e que “os instrumentos são muito mais sensíveis”. E acrescenta: “São capazes de detetar movimentos muito mais pequenos, que escapam ao nosso sentido. Não tem nada de excecional. O registo foi feito em Moncorvo, mas também em todos os pontos da rede sísmica nacionais: Continente, Madeira e Açores”, observou, avançando que os registos instrumentais são “feitos em equipamentos de enorme sensibilidade, extremamente mais sensíveis do que um ser humano, por exemplo”.
Fernando Carrilho disse ainda que o sismo sentido na Turquia e na Síria “é, claramente, acima daquilo que era conhecido”. “Embora os sismos conhecidos nesta região, o de maior magnitude, salvo erro, terá sido 7,3/7,4 [na escala de Richter], tratando-se de sismos históricos, ocorridos no século XIX ou no século IV, mas nenhum deles, conhecido pelo menos, com a magnitude como aquele que se verificou”, afirmou, respondendo que são “ambientes diferentes” quando questionado acerca das semelhanças com Portugal continental.
“A forma de contacto entre as placas é diferente, o nível de movimentação entre elas é também diferente. Esta zona leste da Turquia tem uma perigosidade sísmica que é considerada elevada à escala global, em comparação com aquilo que acontece na zona de Portugal continental, onde a perigosidade é bastante mais baixa”, indicou, mencionando que não se pode prever um sismo destas dimensões em território nacional. “Pela atividade sísmica não é possível dizer: vai acontecer agora outro terramoto de maior dimensão. Isso não é possível. Aí estamos a falar no domínio da previsão sísmica e claramente não estamos lá”.
O sismo teve lugar às 04h17 (01h17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia e próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.