Resíduos florestais criam energia para alimentar 2.000 casas em Famalicão e Póvoa de Varzim

Em comunicado, a Energest – Engenharia e Sistemas de Energia, responsável pela conceção e construção da central, explica que serão utilizados como combustível os resíduos provenientes da limpeza das florestas.

“Esta central vai permitir alimentar cerca de 2.000 habitações, aumentando a eficiência energética da rede pública nas freguesias de Fradelos [Famalicão] e Balasar [Póvoa de Varzim]”, acrescenta.

O sistema inclui a caldeira de recuperação aquatubular, com uma capacidade de produção de vapor de 27.500 quilos por hora, e outros equipamentos como economizador, multiciclone, filtro de mangas e chaminé.

“Com uma capacidade de produção elétrica nominal de 14,7MW, uma característica importante deste sistema é o facto de se poder produzir energia elétrica durante 365 dias por ano, ao contrário dos painéis fotovoltaicos ou da energia eólica, que só funcionam quando existe sol ou vento. Nesta central, é possível produzir energia quando verdadeiramente é necessária”, sublinha ainda a empresa.

Segundo a mesma fonte, um outro diferencial neste sistema “é o facto de se dividir a potência necessária para a produção da quantidade de energia elétrica em duas linhas de geração de queima e geração de vapor, conseguindo-se com isso obter um menor risco do ponto de vista de operação para o promotor”.

“O que acontece numa central tradicional deste tipo é que se o sistema gerador de vapor, por exemplo, parar, por qualquer motivo técnico, a central toda pára. Nesta central, a probabilidade de tal acontecer é muito baixa. A elevada disponibilidade do sistema contribui para uma maior eficiência da central”, explica o diretor comercial da Energest, António Ribeiro.

A central foi encomendada pelo Grupo Transfradelos, que integra empresas que vão desde os transportes rodoviários a fábricas de ‘pellets’ (resíduos de madeira seca usados como combustível em caldeiras, salamandras e recuperadores de calor).

O investimento ascende a 33 milhões de euros.

O grupo já dispõe, desde 2016, de uma outra central térmica a biomassa florestal, com capacidade para produzir quase 15 MW de energia elétrica para injeção na rede pública.