O Movimento de Cidadania dos Utentes da Estrada Nacional 125 (EN125) — Sotavento exige ao Governo que requalifique a via entre Olhão e Vila Real de Santo António (Faro), cumprindo uma promessa anunciada pela primeira vez em 2009 e ainda por cumprir.
O pedido é feito numa carta aberta que o movimento escreveu ao ministro das Infraestruturas, solicitando a João Galamba a adoção de uma postura “que contrarie a habitual tendência dos políticos” para tomarem decisões como um “governo centralista, distante das regiões que os elegeram e das suas populações”.
Na carta, a que a Lusa teve acesso, o movimento classifica o estado da EN125 no sotavento (este) do Algarve, entre Olhão e Vila Real de Santo António, como “péssimo e inseguro” e lembra que a requalificação da via foi feita no barlavento, entre Lagos e Loulé, criando uma situação de “injustiça” entre as duas sub-regiões algarvias.
O movimento recorda que o início das obras no sotavento, depois de a requalificação total da EN125 ter sido anunciada em 2009, esteve programado “para o ano de 2015” e voltou a ser anunciado pelo Governo para o “terceiro trimestre de 2017”, estando a conclusão prevista para 2018.
“Como poderá constatar, as referidas obras não se fizeram, com exceção da ponte do Almargem e uma lavagem de alcatrão da rotunda da Aldeia Nova até Vila Nova de Cacela”, critica o movimento na carta ao ministro, salientando que “quem transita diariamente neste troço se depara com um pavimento muitíssimo degradado, repleto de muitos e enormes buracos e remendos”.
O estado da via “obriga os condutores a constantes desvios de trajetória” e põe “em perigo a segurança rodoviária”, devido à formação de lençóis de água ou a existência de “bermas completamente intransitáveis para a circulação pedonal” e que levam os peões a “transitar dentro da faixa de rodagem”, exemplifica.
“As obras de requalificação da EN125, no troço referido, têm vindo constantemente a ser adiadas, num ‘jogo do empurra’ entre várias entidades: Estado Português, Infraestruturas de Portugal e Rotas do Algarve Litoral, SA, sem o desejado fim à vista”, critica ainda o movimento.
Os utentes da EN125 — sotavento lembram igualmente que esta zona do Algarve é também uma “porta de entrada de quase todo o turismo europeu, por via terrestre”, desde de Espanha, e o estado da via dá uma “péssima imagem” aos visitantes que entram no Algarve, sendo a única alternativa a Autoestrada 22 (A22 – Via do Infante) “com custos monetários consideráveis”.
“Nós, algarvios do sotavento, estamos cansados e fartos de sermos mal tratados e abandonados pelas entidades, onde se incluem os Governos de Portugal, que nos vêm ignorando ao longo de todos estes anos, mostrando o seu desprezo com a falta de investimento, dificultando ainda mais as vidas das pessoas”, lê-se na carta aberta.
Por isso, o movimento dos utentes da EN125 — sotavento exige que se faça de vez a requalificação da estrada algarvia entre Olhão e Vila Real de Santo António e pede ao Governo e aos representantes políticos da região para “lutarem pelo Algarve” e fazerem a “defesa do início das obras (requalificação ou manutenção)” no mais breve espaço de tempo possível.