O FC Porto conquistou, este domingo, a 19.ª Taça de Portugal da sua história ao derrotar o Sp. Braga (2-0) na final disputado no Estádio Nacional do Jamor. Após uma primeira parte sem golos, a emoção da prova rainha ficou reservada para o segundo tempo com dois golos e… outras tantas expulsões.
André Horta (53′) abriu as contas com um golo na própria baliza e Otávio, aos 82 minutos, acabou com as incertezas em torno do vencedor e confirmou a revalidação do troféu para os azuis e brancos. Pelo meio, Wendell (62′) e Niakité (79′) foram expulsos com vermelhos diretos.
Feitas as contas, o FC Porto junta a Taça de Portugal à Taça da Liga e à Supertaça na época 2022/23 que hoje chegou ao fim. Aos dragões faltou apenas o campeonato para fazer o pleno das provas nacionais.
Declarações de Artur Jorge Treinador do SC Braga após a derrota para a Taça de Portugal por 0-2 diante do FC Porto.
O treinador do Sporting de Braga, Artur Jorge, assumiu que deixa o Jamor desiludido, mas garantiu que vai continuar no comando dos minhotos e virou o foco para a preparação da próxima temporada.
«[Estou] desiludido por aquilo que era a ambição que tínhamos e emocionado com o apoio dos adeptos perante a derrota. Mostraram que estão ao lado da equipa, era um troféu que queríamos levar pelos nossos adeptos. O impacto é imediato e tem de ter efeito rápido, temos as férias para preparar a próxima temporada. Estamos desiludidos pelo resultado final, mas, no futebol, as coisas são muito rápidas e temos de pensar na próxima temporada, comigo à frente do Sp. Braga. Temos de preparar de forma ajustada para podermos fazer ainda mais na próxima época», afirmou, na conferência de imprensa, após a derrota diante do Porto.
Artur Jorge assegurou ainda que a derrota no derradeiro encontro da Prova Rainha «não belisca rigorosamente nada» nem mancha a época dos arsenalistas.
«Disse aos jogadores que [a conquista da Taça] podia servir para acrescentar valor, nunca para retirar. A época foi extraordinária, muito boa, em cima de muito trabalho e ambição para superar registos históricos. Esta final acrescentaria valor, não retira nada ao que fizemos esta temporada», sublinhou.
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em declarações na sala de imprensa do Jamor, após a conquista da Taça de Portugal com uma vitória por 2-0 sobre o Sp. Braga:
«A análise é simples: fomos superiores a uma equipa que fez um trajeto – não só nesta competição – excelente, que valoriza ainda mais a nossa prestação, de princípio a fim fomos superiores, ao não abdicarmos das nossas características, anulando alguns pontos fortes do Sp. Braga, controlando o jogo. Os jogadores fizeram um jogo cheio de muitas coisas boas. Foi, talvez, um dos melhores jogos que tive no FC porto», sublinhou, perante os jornalistas.
Conceição lamentou ainda que os azuis e brancos não tenham conseguido atingir, na primeira metade da temporada, a regularidade que mostraram nos últimos meses da época.
«Num momento ou outro, se mostrássemos o que metemos em campo hoje, estávamos a festejar o quarto título. Foram três, é uma época muito boa. O FC Porto esteve muito competitivo em todas as competições. Não podemos esquecer que, depois de perder o campeonato na última jornada, preparar a final da Taça, já fui jogador e sei que não é fácil. Tínhamos e temos qualidade para fazer algo diferente, principalmente na primeira volta», reconheceu.
«Hoje, mostrámos que somos uma equipa que não abdicou – num jogo decisivo – dos seus princípios. [Os jogadores] podiam ter uma postura diferente, mas em termos estratégicos os jogadores tiveram excelentes», frisou.
Confrontado por um jornalista sobre se o FC Porto é «a grande potência do futebol português», já que ganhou cinco dos últimos títulos nacionais disputados, o técnico do FC Porto foi contundente.
«Acabou de o dizer, seis em cinco, não é grande potência, é um clube que historicamente está habituado a ganhar títulos, principalmente nos últimos 40 anos, com o nosso presidente. Estamos aqui a ser pagos para dar continuidade a isso», defendeu.
«Ser queria ganhar seis troféus em seis possíveis? É verdade. Se estou feliz? Estou, mas não estou superfeliz. Pelo que mostrámos em campo, se fôssemos mais consistentes na primeira volta, conseguíamos seis troféus em seis. Não foi possível, há que trabalhar e estar da mesma forma como hoje estivemos enquanto equipa», concluiu.
Pode prometer que vai continuar?
«Que pergunta é essa? Tenho um ano de contrato, não há discussão.»
Qual é a sua vontade?
«Posso desfrutar um bocadinho desta conquista? Tenho um ano de contrato, já disse o que tinha a dizer. Não há anda a acrescentar.»
Os adeptos querem saber…
«Os adeptos não perguntaram nada. O importante agora é valorizar o que fizemos hoje e falar da conquista de mais um titulo.»
Uribe e outros vão sair, faz sentido o Sérgio Conceição num FC Porto sem investimento da SAD?
«Eu sei que o mercado é mais apelativo do que a nossa vitoria, por isso é que hoje as primeiras páginas, excluindo um, eram sobre a saída de um jogador, que ainda para mais no nossos país tinha de ser uma saída normal, porque não temos essa capacidade financeira para segurar todos os grandes jogadores como o Ugarte. Entendo essa vontade falar de mercado, mas nós temos de saborear este título. É mais uma taça, mais um título para o museu. De quatro títulos, conseguimos três.»
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio Nacional, em Oeiras.
SC Braga – FC Porto, 0-2.
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores:
0-1, André Horta, 53 minutos (na própria baliza).
0-2, Otávio, 81.
Equipas iniciais
Sporting de Braga: Matheus, Victor Gómez, Tormena, Niakaté, Borja, Al Musrati, André Horta, Iuri Medeiros; Ricardo Horta, Bruma e Abel Ruiz.
Suplentes: Tiago Sá, Serdar, Álvaro Djaló, Paulo Oliveira, Mendes, Racic, Pizzi, Simon Banza e Castro.
FC Porto: Cláudio Ramos, Pepê, Pepe, Marcano, Wendell, Uribe, Eustáquio, Otávio, Galeno, Taremi e Evanilson.
Suplentes: Diogo Costa, Fábio Cardoso, Veron, Zaidu, Grujic, Rodrigo Conceição, Namaso, André Franco e Toni Martínez.
Árbitro: João Pinheiro (AF Braga).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Otávio (25), André Horta (29), Cristián Borja (35), Galeno (60), Víctor Gómez (66), Rodrigo Conceição (66, no banco), Matheus Uribe (72), Mehdi Taremi (76), Bruma (85) e Pepê (85). Cartão vermelho direto para Wendell (62) e Sikou Niakaté (79).
Assistência: Cerca de 35.000 espetadores.