O chefe de Estado está na África do Sul, acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa.
OPresidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou, esta quarta-feira, no âmbito das celebrações do Dia de Portugal na África do Sul, onde está com o primeiro-ministro, António Costa, com emigrantes portugueses e lusodescendentes em Joanesburgo e Pretória.
Apesar de ambos terem, mais cedo, descartado assuntos de política nacional para “mais tarde” ou elogiarem os jornalistas com uma “boa tentativa” de tentar ter uma resposta sobre estes assuntos, o chefe de Estado deixou uma garantia. “O primeiro-ministro e eu vamos visitar todos estes grupos e todas estas casas. Não vai ficar ninguém sem uma ‘selfie’ – do primeiro-ministro e minha”, afirmou, detalhando num jogo de palavras: “Dividimo-nos. Ele começa pela esquerda, que é natural. Eu começo pela direita. Depois eu volto pela esquerda, ele pela direita”.
Em frente à comunidade portuguesa, Marcelo garantiu que falou com o seu homólogo, Matamela Cyril Ramaphosa sobre os portugueses – e que este disse que gostava muito desta comunidade. Mas não só elogios foi feito este encontro de presidentes, com Marcelo a garantir que a segurança foi também assunto em cima da mesa. “Amanhã mesmo receberei as cinco famílias dos cinco compatriotas portuguesas que, no ano passado e este ano, sofreram aquilo que sabemos”, atirou, referindo-se aos casos de violência que têm vindo a ser registados com a comunidade portuguesa.
Marcelo sublinhou ainda relação entre os dois países, apontando que não só Portugal agradece à África do Sul por receber comunidade portuguesa. “Mas também eles agradecem – e devem agradecer muito – aquilo que temos feito pela África do Sul. Não esqueçamos que os primeiros portugueses que para cá vieram no fim do séx. XIX trabalhar nas minas e depois na agricultura e pescas, e depois, mais tarde, nos anos 60 e 70, veio muita gente de Angola e Moçambique”, discursou, perguntado quem estava ali que veio de algum desses países, ex-colónias portuguesas – e obtendo respostas afirmativas.
Marcelo sublinhou não só que o passado com a África do Sul existia, como também havia um “grande futuro”. “As nossas comunidades estão para ficar para o futuro. Contem connosco para criar riqueza, trabalhar, ajudar”, atirou.
Durante a sua intervenção, Marcelo falou ainda sobre um título de um jornal, que sublinhava que os “portugueses alimentavam África inteira”, e depois explicou: “Porque são produtores, agricultores, comerciantes portugueses a abastecer de frescos Joanesburgo e África do Sul. Vocês, comerciantes, sois os Ronaldos da cadeia de abastecimento da África do Sul. Assim como o Ronaldo mete golos, vocês metem golos aguentando um setor importante da economia da África do Sul”.