Equipa das quinas ainda espreitou o ‘milagre’ diante dos Estados Unidos, mas o poste tirou à avançada o golo que valeria a vitória e respetivo apuramento para os oitavos-de-final.
A seleção portuguesa despediu-se, pela manhã desta terça-feira, do Campeonato do Mundo de futebol feminino, após não ter conseguido ir além de um empate sem golos diante do ‘todo-o-poderoso’ conjunto dos Estados Unidos da América, no jogo da terceira e última jornada da fase de grupos.
Um resultado que não beneficiou as ‘Navegadoras’… nem mesmo as norte-americanas, que, apesar de terem carimbado o apuramento para os oitavos-de-final, só o conseguiram fazer no segundo lugar, tendo a liderança isolado do Grupo E ficado entregue aos Países Baixos, que ‘atropelaram’ o Vietname.
Afinal, o ‘tubarão’ é que tremeu
Portugal entrou em campo sabendo de antemão que derrubar as bicampeões mundiais seria uma missão (quase) impossível, mas nem por isso se amedrontou, procurando impor o seu jogo desde o momento em que a árbitro inglesa Rebecca Welch fez soar o apito inicial, no Eden Park, em Auckland.
Andreia Norton deu o primeiro sinal de aviso, ao nono minuto de jogo, com um remate de longe, que passou por cima do alvo. Apenas sete minutos depois, Kika Nazareth isolou Jéssica Silva, com um belo passe. No entanto, a avançada desperdiçou uma oportunidade de ouro para desfazer o nulo.
Kika Nazareth voltou a tentar a sorte, à beira do apito para o intervalo, e ‘do meio da rua’, atirou ligeiramente por cima da baliza à guarda de Alyssa Naeher. Do outro lado da ‘barricada’, o melhor que as norte-americanas conseguiram fazer foi um cabeceamento de Lynn Williams, que acabou nas mãos de Inês Pereira.
‘Milagre’ ficou-se por centímetros
Os Estados Unidos regressaram dos balneários com ‘nova vida’, e, logo num dos primeiros lances do segundo tempo, ficaram à beira de marcar. Alex Morgan tirou Inês Pereira do caminho e empurrou a bola para a baliza, tendo Diana Gomes deslizado no relvado para a intercetar e manter o nulo.
Com o passar do tempo, as norte-americanas foram reforçando a pressão sobre as portuguesas, instalando-se por completo no meio-campo adversário. Ainda assim, a melhor oportunidade pertenceu às ‘Navegadoras’, visto que, já nos descontos, Ana Capeta ‘saltou’ do banco para acertar em cheio no poste.
Um resultado positivo, mas que não chega para alcançar os oitavos-de-final do Mundial. O primeiro lugar do Grupo E ficou entregue aos Países Baixos, que, à mesma hora, golearam o Vietname, por 7-0, contabilizando sete pontos. Seguem-se os Estados Unidos, com cinco, Portugal, com quatro e Vietname, a ‘zeros’.
Na próxima fase, as neerlandesas irão medir forças com as segundas classificadas do Grupo G, estatuto que pertence, atualmente, a Itália. As norte-americanas, por sua vez, terão pela frente a líder dos ‘vizinhos’, que, ao que tudo indica, será a Suécia.
Momento do jogo: Apenas dois minutos depois de entrar em campo, para o lugar de Diana Costa, Ana Capeta isolou-se e atirou em cheio ao poste da baliza à guarda de Alyssa Naeher. A vitória (e respetivo apuramento para os oitavos-de-final) de Portugal ficou mesmo por centímetros.
Onzes
Portugal: Inês Pereira; Ana Borges, Carole Costa, Diana Gomes; Tatiana Pinto, Andreia Norton, Kika Nazareth, Dolores Silva, Catarina Amado; Jéssica Silva e Diana Silva.
EUA: Alyssa Naeher; Emily Fox, Julie Ertz, Naomi Girma, Crystal Dunn; Andi Sullivan, Lindsey Horan, Rose Lavelle; Sophia Smith, Alex Morgan e Lynn Williams.
Francisco Neto resignado: “Está fora do Mundial a equipa que não merecia”
A reação do selecionador português ao empate com os Estados Unidos, na zona de entrevistas rápidas da RTP.
Está fora do Mundial a equipa que não merecia. Fizemos um jogo enorme, dos melhores dos últimos anos. Fomos coletivos, não tivemos medo de ninguém, fizemos aquilo que tínhamos de fazer, fomos muito competitivos… Eu, enquanto treinador, e os portugueses, só temos de estar orgulhosos destas jogadoras.
Bons sinais: Foi a melhor versão de Portugal, mais coletiva. As jogadoras foram brilhantes, interpretaram à risca aquilo que era a nossa estratégia. Tivemos as nossas oportunidades. Para mim, as melhores do jogo, mas não as conseguimos concretizar. Vamos embora, mas de cabeça erguida.
Orgulho pela prestação: Neste momento, é sempre amargo. Amanhã, será orgulho. Lá dentro, disse-lhes que têm de estar orgulhosas daquilo que fizeram. São incríveis. Muitas delas, com um passado de seleção muito grande, de muita luta. Se o objetivo era criar referências, vamos criá-las. Toda a gente que está envolvida no futebol feminino tem de estar orgulhosa. Os clubes, as associações, a FPF, as colegas e as equipas técnicas delas. Foram tremendas. Só temos palavras de agradecimento para elas.
Portugal mostrou o que vale: Para nós, enquanto equipa técnica, sim. Claro que há sempre coisas a melhorar, claro que queremos sempre mais, mas não nos podemos esquecer de quem estava do outro lado. Dissemos, antes de vir para cá, que o grande objetivo era sermos competitivos e competir. Foi um Portugal incrível durante todos os minutos que se jogaram no Mundial.