Apesar de ter prometido que se demitia se não alcancasse a maioria absoluta, o presidente do Governo Regional não o fez. Promete uma solução estável, com a ajuda do PAN ou IL. Já o PS, foi o grande derrotado da noite ao perder oito deputados.
O futuro da Região Autónoma da Madeira decide-se nos próximos dias. Depois de Miguel Albuquerque não ter alcançado a tão desejada maioria absoluta com a coligação PSD-CDS, por apenas um mandato, o presidente do governo regional tenta agora desenhar uma solução que dê aos madeirenses uma governação estável, sendo que para isso vai precisar de formar uma ‘mini-geringonça’, com a ajuda de um deputado de outro partido.
Tirando o Chega, que Miguel Albuquerque deixou claro que está “excluído” da sua lista de possibilidades, apesar de se ter tornado na quarta força política na região, com quatro mandatos na sua estreia no hemiciclo, o presidente do Governo Regional pode contar com a ajuda da Iniciativa Liberal, que já disse que não rejeita conversar com a coligação PSD-CDS, ou do PAN, cuja líder, Inês Sousa Real admitiu estar disponível para negociar.
Apesar de Miguel Albuquerque não ter cumprido o seu desejo de levar o PSD novamente às maiorias absolutas, uma vez que só conseguiu 20 mandatos (mais três do CDS), o grande derrotado da noite de domingo na Madeira foi o Partido Socialista (PS), que passou de 19 para 11 deputados. Ainda assim, o PS mantém-se como maior partido da oposição, embora os resultados tenham ficado “aquém” do pretendido, como declarou o deputado socialista Sérgio Gonçalves.
Em terceiro lugar, a grande surpresa da noite. O JPP que quase duplicou o número de votos, passando de 7.830 para 14.933, passando de três para cinco deputados.
Já PCP, BE, PAN e Iniciativa Liberal vão ter um deputado cada um na próxima legislatura.
O número de partidos representados no parlamento madeirense vai, desta feita, passar de cinco para nove na próxima legislatura. O BE e o PAN regressaram ao hemiciclo regional, enquanto o Chega e o Iniciativa Liberal foram pela primeira vez eleitos no arquipélago.
O PAN, a quem Albuquerque está, segundo a CNN Portugal, mais inclinado para pedir ajuda para formar um governo estável na Madeira, traz ainda uma novidade ao parlamento regional: a eleição da única candidata cabeça de lista da Madeira, Mónica Freitas.
“Não vamos governar nem a Madeira, nem o país, com o apoio do Chega”
Durante a noite eleitoral da Madeira surgiu uma espécie de promessa com (ainda mais) relevância a nível nacional. O líder do PSD, Luís Montenegro, afastou taxativamente o Chega também de uma aliança no continente, como nunca o tinha feito.
“Não haverá nenhuma solução governativa na Madeira que tenha a contribuição do Chega […] Não vamos governar nem a Madeira, nem o país, com o apoio do Chega”, garantiu.
Já o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, procurou desvalorizar a derrota dos socialistas na Madeira, considerando que o resultado está dentro da média do seu partido naquela região autónoma, e recusou qualquer leitura nacional a partir deste ato eleitoral.
Por sua vez, o primeiro-ministro, António Costa, felicitou o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, pelos resultados alcançados pela coligação PSD/CDS nas eleições regionais e desejando-lhe “continuação de bom trabalho”.