O ministro dos Negócios Estrangeiros descartou hoje a possibilidade de um acordo com o Mercosul até à cimeira com os países da América Latina, em julho, e considerou que as reticências levantadas pelo Brasil fazem parte do processo negocial.

“É muito importante chegarmos a um acordo entre a União Europeia [UE] e o Mercosul. Não será possível daqui até 17 de julho, mas é um processo que está em curso”, sustentou João Gomes Cravinho, no final de uma reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27, no Luxemburgo.

Contudo, a UE está convicta de que até ao final do ano haverá consenso entre os dois polos, acrescentou o governante português.

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, tem criticado as condições impostas pela UE para a assinatura do acordo, nomeadamente os compromissos ambientais com os quais os países do Mercosul têm de se comprometer para desbloquear o acordo de livre comércio.

Sobre a rejeição destas condições, João Gomes Cravinho desdramatizou e referiu que “faz parte do processo negocial” entre os dois blocos.

“O que o Presidente Lula da Silva disse foi que o instrumento adicional que foi proposta não é aceitável. Muito bem, é assim que progridem as negociações, avança-se com outra proposta”, considerou o chefe da diplomacia portuguesa.

A acordo entre a UE e o Mercosul está a ser trabalhado desde 1999 e chegou assinado em 2019. No entanto, em março deste ano, Bruxelas reabriu as negociações e incluiu condições, nomeadamente ambientais, para firmar o documento.