O SC Braga realizou hoje uma reviravolta na segunda parte e goleou o Portimonense por 6-1, com um ‘hat-trick’ de Simon Banza, num jogo da 10ª jornada. Esta vitória permitiu à equipa subir, temporariamente, para o 4º lugar na classificação.
O jogador algarvio Pedrão, aos 10 minutos, abriu o marcador no Estádio Municipal de Braga, mas Ricardo Horta (48), Al Musrati, através de uma grande penalidade (52), e Álvaro Djaló (59) asseguraram a virada no placar para a equipa de Braga. Além disso, Banza fez um ‘hat-trick’ (aos 83, numa grande penalidade, 87 e 90), o que o coloca como o melhor marcador do campeonato, com 10 golos.
Com esta vitória, o Sporting de Braga sobe provisoriamente para o quarto lugar na I Liga, com 20 pontos, um a mais do que o Vitória de Guimarães, que no domingo enfrenta o Moreirense. Por sua vez, o Portimonense, que vinha de uma vitória, permanece em 10º lugar, com 11 pontos.
Declarações de Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a goelada (6-1) frente ao Portimonense:
«Destaco, mais do que aquilo que possamos estar aqui a tentar encontrar como pontos de diferença da primeira parte para a segunda parte, a atitude competitiva da equipa. Não é muito fácil depois de sofrer golo aos nove minutos de bola parada, senti algum nervosismo na tomada de decisão, e foi preciso esperar até ao intervalo, só aí seria possível estar mais próximo dos jogadores, para serenar os jogadores e mostrar que valemos mais do que estávamos a fazer na tomada de decisão. Foi pedir apenas e só que continuassem a ser aquilo que têm sido, uma equipa que trabalha, tem grande caráter e dá tudo o que tem. Ganhámos bem, três pontos somados para nós».
[Equipa precisa de ser picada?] «Não creio que assim seja, até porque tomámos a iniciativa do jogo, tivemos o controlo desde início, mas um golo de bola parada causa alguma instabilidade na tomada de decisão. Tivemos algumas decisões que nos condicionaram a chegar mais à frente, mas ainda assim fizemos treze remates na primeira parte, o que é de registo. A eficácia tem mais a ver com a emoção dos jogadores no momento. Na segunda parte conseguiram estar mais serenos, com uma reação de uma equipa com jogadores de grande qualidade, homens de grande caráter».
[Não mexer na equipa foi a mensagem?] «Claramente, a mensagem foi essa ao intervalo. Podia mudar a equipa toda, mas se não fosse o primeiro a mostrar que estava confiante no que poderíamos fazer punha tudo em causa. Aquele momento foi importante para os jogadores sentirem isso mesmo, esse estímulo».
[Banza] «É importante para nós. Os avançados, não só o Simon [Banza], alimentam-se de golos e é importante que os possam fazer; neste momento está com uma eficácia de golos muito boa, está a trabalhar, a equipa está a ajudar e a exigir muito dele. No golo que fez veio ao banco perguntar se o golo anulado foi por muito, disse-lhe que ia fazer a seguir.
[Serdar fora das opções] «Optamos por hoje, tendo em conta o que foi a saída no último jogo, não forçar o que quer que seja».
Declarações de Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a goelada sofrida (6-1) frente ao Sp. Braga:
«Não temos justificação [para uma derrota com números tão expressivos na segunda parte]. Propusemos-mos a dividir o jogo, vir à procura do jogo, noutras circunstâncias viemos com muitas cautelas defensivas, hoje surpreendemos, estivemos muito bem no primeiro tempo, com muita entreajuda, eliminando a criatividade do Sp. Braga. Tivemos bons posicionamentos, boas coberturas e isso no segundo tempo desapareceu, com falta de concentração e três golos sofridos em onze minutos. Não estivemos bem, e quando assim é, com a qualidade que o Braga tem, corremos o risco de sofrer resultados destes».
«Não vou individualizar, mas no segundo tempo a ideia era a mesma, trabalhar em 4x4x2, foi bem interpretado no primeiro tempo, no segundo não foi, as coberturas. Se repararem, quando descamba, descamba do outro lado, longe de mim, com a inexperiência e eu a não poder ajudar. O Braga vira o jogo com golos muito facilitados, muito consentidos, e depois fomos desmoronando.
«Não gostei nada do segundo tempo, no que é a entreajuda, a humildade, a responsabilidade individual nos duelos, deixa-me muito insatisfeito. É futebol temos de aprender com os erros, para não voltar a repetir. Não se pode abordar a competição com a leviandade que abordámos o segundo tempo».
[Alerta para o jogo da Taça de Portugal, mesmo sendo no Algarve?] «Cada jogo tem a sua história. Esta falta de atitude competitiva no segundo tempo não serve só com o jogo para a Taça com o Braga, serve já para o próximo jogo com o Chaves».