António Costa fala ao país depois de se reunir duas vezes com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Oprimeiro-ministro, António Costa, ‘quebrou o silêncio’ após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio, tendo confirmado que apresentou a sua demissão. “Obviamente, apresentei a minha demissão ao senhor Presidente da República”, declarou.
“Ao longo destes 25 anos dediquei-me de alma e coração a servir os portugueses. Estava naturalmente disposto a cumprir o mandato que os portugueses me confiaram até ao fim desta legislatura”, começou por dizer Costa. “Estou totalmente disponível para colaborar com a Justiça, em tudo o que entende ser necessário”, começou por dizer.
Costa referiu que “não lhe pesa na consciência” qualquer ato “ilícito ou cesnurado”. “Confio na Justiça e no seu funcionamento”, afirmou.
“Encerro com cabeça erguida, a consciência tranquila e a mesma determinação de que servi Portugal exatamente da mesma forma como no dia em que aqui entrei pela primeira vez como primeiro-ministro”, continuou durante o seu discurso, e depois de agradecimentos, nomeadamente à família, em tom emocionado.
Questionado sobre se este processo lhe “completamente desconhecido”, Costa foi peremptório “Desconhecia em absoluto a existência de qualquer processo e a nota do gabinete de imprensa não explicita, aliás, a que atos, momentos, é que me referem. A única coisa que dizem é que haverá um inquérito de que serei objeto e de decorrerá no Supremo Tribunal de Justiça”, notou, acrescentando que “está totalmente disponível para colaborar com a Justiça”. “Nunca ouvi falar sobre este processo”, reforçou durante a sua intervenção.
“A dignidade da função do primeiro-ministro e a confiança que portugueses têm de ter nas instituições é absolutamente incompatível com o facto de alguém que é primeiro-ministro esteja sob suspeição da sua integridade, boa conduta, ou ser objeto de um processo-crime”, reconheceu, quando questionado sobre uma eventual.
Durante a sua intervenção, Costa foi questionado sobre uma possível recandidatura a primeiro-ministro. Após várias tentativas, Costa deixou claro: “Não, não me vou recandidatar ao cargo de primeiro-ministro”, esclareceu, acrescentando: “É evidente que esta é uma etapa da vida que se encerrou, além do mais, porque como nós todos sabemos, os processos crime raramente são rápidos e portanto não ficaria certamente a aguardar a conclusão do processo crime para tirar outra ilação”