Depois da notícia da demissão do Primeiro Ministro, os partidos começaram a reagir.
PAN
A porta-voz do PAN apontou hoje que vai aguardar para ouvir as soluções que estão a ser equacionadas pelo Presidente da República para o futuro político do país e recusou “comprometer a discussão” do Orçamento do Estado.
“O PAN vai aguardar a chamada do senhor Presidente da República para ouvir o que Marcelo Rebelo de Sousa tem a dizer aos partidos (…) e vamos também aguardar pelo Conselho de Estado. Mas todas as forças políticas e todas as instituições têm o dever de pôr o superior interesse do país e das pessoas à frente dos interesses e das querelas políticas”, afirmou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, após o anúncio da demissão do primeiro-ministro.
A líder do PAN quer ouvir especificamente “as soluções que Marcelo Rebelo de Sousa possa ter em cima da mesa além da possibilidade de dissolução da Assembleia da República”.
“O PAN quer primeiro perceber o que está em mente para o Presidente da República, mas é com preocupação que vemos, em plena discussão do Orçamento do Estado, estarmos a ir novamente para um cenário de eleições. Os portugueses precisam de respostas agora”, defendeu, considerando que “não é tempo de estar a ter uma solução que possa comprometer esta discussão”.
A porta-voz indicou que o PAN vai reunir a Comissão Política Nacional para “tomar uma decisão consolidada” sobre o tema, após ouvir o chefe de Estado, e sustentou que “os portugueses não querem instabilidade política”.
Inês de Sousa Real disse não querer o país a funcionar “em duodécimos” nem “com o PRR por executar” e apelou a “uma ponderação” por parte do Presidente da República.
Partido Socialista
O presidente do PS afirmou hoje que os socialistas estão preparados para uma decisão do chefe de Estado de convocar eleições antecipadas ou optar por uma mudança da liderança do Governo, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
Esta posição foi assumida por Carlos César horas depois de o primeiro-ministro ter anunciado que apresentou a sua demissão ao Presidente da República, já aceite por Marcelo Rebelo de Sousa, após o Ministério Público revelar que António Costa é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
“O PS está preparado para qualquer cenário, seja eleições ou mudança de liderança do Governo”, declarou Carlos César, frisando que essa decisão compete ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tendo ao seu lado o secretário-geral adjunto, João Torres, e a ouvi-lo e na primeira fila da plateia membros da Comissão Permanente do PS.
Livre
O Livre considerou que o país está hoje numa “situação grave e séria”, diz estar preparado para todos os cenários, mas escusou-se a falar em eleições antecipadas por considerar que este é ainda “o tempo do Presidente de República”.
Em declarações aos jornalistas, o deputado único Rui Tavares admitiu a sua surpresa com todos os acontecimentos que hoje levaram o primeiro-ministro a anunciar a sua demissão, mas salientou que “não há nenhuma situação que o povo não possa gerir”.
“É sério que esta demissão tenha acontecido pelos motivos que sucedeu e acerca dos quais esperamos saber mais num futuro próximo”, afirmou.
O primeiro-ministro anunciou hoje que apresentou a sua demissão ao Presidente da República após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
Rui Tavares defendeu que também os partidos políticos devem “contribuir para ajudar a resolver a situação”, mas considerou que ainda se está “no tempo do Presidente da República”, que irá ouvir os partidos na quarta-feira e o Conselho de Estado no dia seguinte.
Iniciativa Liberal
“Creio que não há outra solução neste momento que não seja a dissolução [do parlamento] e eleições para que os portugueses possam pronunciar-se sobre a nova constituição da Assembleia da República e um novo Governo”, declarou Rui Rocha.
Na opinião do líder da IL, “não havia nenhuma condição” para António Costa continuar em funções.
“Hoje não é apenas o fim político de António Costa como primeiro-ministro, é também o fim de uma solução para o país que não funcionava”, defendeu Rui Rocha, que quis deixar “uma nota de enorme tranquilidade aos portugueses e de enorme confiança”.
O primeiro-ministro anunciou hoje que apresentou a sua demissão ao Presidente da República após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
Na fase de respostas aos jornalistas, António Costa anunciou que o Presidente da República aceitou a sua demissão e que não vai recandidatar-se ao cargo se o chefe de Estado convocar eleições legislativas antecipadas.
Numa nota oficial, o Presidente da República já informou que aceitou a demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro e convocou os partidos com assento parlamentar para quarta-feira e o Conselho de Estado para quinta-feira e falará ao país a seguir.
Chega
O presidente do Chega defendeu hoje que a marcação de eleições legislativas é o único cenário possível, na sequência da demissão do primeiro-ministro, e pediu ao Presidente da República que as convoque “o mais depressa possível”.
“Não há outro cenário possível que não seja a dissolução do parlamento e a convocação de eleições”, afirmou André Ventura, recusando a possibilidade de nomeação de um novo primeiro-ministro, sem eleições.
O presidente do Chega considerou que a nomeação de um novo primeiro-ministro que “não foi legitimado pelos portugueses” seria “uma fraude” e “uma grande traição” do Presidente da República “às suas palavras há dois anos”.
Ventura referia-se ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na tomada de posse do atual Governo, na qual avisou que a eventual saída de António Costa do cargo de primeiro-ministro, que agora se verifica, levaria à dissolução do parlamento.
O líder do Chega falava aos jornalistas na Assembleia da República, numa reação à demissão do primeiro-ministro, António Costa, já aceite pelo Presidente da República.
André Ventura indicou que vai transmitir a Marcelo Rebelo de Sousa que as eleições legislativas antecipadas devem acontecer “o mais depressa possível”.