Relatório da ANSR revela crescimento nos indicadores de sinistralidade

Nos primeiros três meses de 2024, registaram-se 7.918 acidentes rodoviários com vítimas, resultando em 103 mortos, 513 feridos graves e 9.254 feridos ligeiros. Estes números representam um aumento em todos os indicadores de sinistralidade em comparação com o mesmo período de 2023, conforme revelado no relatório de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária de março de 2024, divulgado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Aumentos em Todos os Indicadores

Segundo a ANSR, o primeiro trimestre de 2024 registou mais 251 acidentes (+3,3%), mais duas vítimas mortais (+2,0%), mais 17 feridos graves (+3,4%) e mais 337 feridos ligeiros (+3,8%) em relação ao primeiro trimestre de 2023. Apesar de um aumento na circulação rodoviária, observou-se uma redução de 4,1% no consumo de combustível rodoviário.

Fevereiro: O Mês Mais Crítico

O relatório destaca que fevereiro foi o mês com maior agravamento nos indicadores de sinistralidade, com aumentos de 28,6% nas vítimas mortais, 14,7% nos feridos ligeiros, 12,9% nos acidentes e 7,6% nos feridos graves. Em março, comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, registou-se um aumento de 6,5% nas vítimas mortais, enquanto os restantes indicadores diminuíram.

Comparação com 2019

Em comparação com 2019, ano de referência para a monitorização das metas de redução de mortos e feridos graves até 2030, houve diminuições nas vítimas mortais (-12,0%), nos feridos ligeiros (-4,1%) e no número de acidentes (-1,6%), mas um aumento dos feridos graves (+4,9%).

Tipo de Acidente e Localização

As colisões foram o tipo de acidente mais frequente, representando 51,4% dos acidentes, 43,7% dos mortos e 44,6% dos feridos graves. Os despistes, correspondendo a 32,8% do total de acidentes, foram responsáveis por 42,7% das vítimas mortais. Os acidentes fora das localidades (54%) superaram ligeiramente os ocorridos dentro das localidades (49%), com um aumento das vítimas mortais dentro das localidades em comparação com o ano passado.

Tipo de Via e Veículos Envolvidos

Cerca de 63% dos acidentes ocorreram em arruamentos, causando 29,1% das vítimas mortais e 52,4% dos feridos graves. Nas estradas nacionais ocorreram 20% dos acidentes, e nas autoestradas houve um aumento de quatro vítimas mortais em relação a 2023. Os automóveis ligeiros foram responsáveis por 74,3% dos veículos envolvidos nos acidentes, com aumentos significativos nos velocípedes (+33,1% face a 2019 e +2,2% comparando com 2023) e nos motociclos (+21,1% e +0,2%).

Distribuição Geográfica

Nos primeiros três meses de 2024, houve um aumento de acidentes em 12 dos 18 distritos, sendo mais expressivo em Évora (+37,5%), Viana do Castelo (+18,0%) e Faro (+11,5%). Quanto ao número de vítimas mortais, registaram-se aumentos em oito distritos, com as maiores subidas em Leiria, Évora e Braga (+9, +6 e +5, respetivamente). Setúbal e Aveiro destacaram-se pelas diminuições, com menos oito e menos cinco vítimas mortais, respetivamente.

Responsabilidade das Infraestruturas

Metade das vítimas mortais ocorreu na rede rodoviária sob a responsabilidade das Infraestruturas de Portugal (40,8%) e das concessionárias Brisa e Ascendi (4,9%, cada).