Reforço espanhol garante triunfo suado frente ao Boavista na segunda jornada da I Liga.

Um golo solitário de Roberto Fernández deu hoje ao SC Braga uma vitória sofrida por 1-0 na visita ao Boavista, em jogo da segunda jornada da I Liga.

No Estádio do Bessa, no Porto, o avançado espanhol marcou aos 40 minutos, garantindo o primeiro triunfo dos minhotos na competição, após o empate inaugural frente ao Estrela da Amadora.

Com esta vitória, o SC Braga isolou-se no quinto lugar, com quatro pontos, enquanto o Boavista, que tinha vencido o Casa Pia na jornada anterior, ocupa o nono lugar.

A equipa de Carlos Carvalhal, que substituiu Daniel Sousa após o primeiro jogo, demonstrou domínio na primeira parte, mas enfrentou dificuldades defensivas na segunda, resistindo à pressão do Boavista até ao apito final.

Matheus e Niakaté, ambos lesionados de última hora, e Banza, alegadamente relegado para a equipa B, desfalcaram as opções de Carlos Carvalhal, que, três dias depois do triunfo no terreno dos suíços do Servette (2-1), na segunda mão da terceira pré-eliminatória de acesso à fase principal da Liga Europa, mudou cinco titulares, lançando de início Lukás Hornícek, Joe Mendes, o estreante Robson Bambu, Roger e Roberto Fernández.

Aos 40 minutos, Rodrigo Zalazar foi solicitado à distância por Vítor Carvalho e amorteceu de cabeça na direção de Roberto Fernández, que se livrou da marcação de Ibrahima Camará à entrada da área e apareceu livre de oposição entre os defesas-centrais ‘axadrezados’, marcando pela segunda partida consecutiva.

O Boavista adiantou linhas no regresso dos balneários e cresceu em ousadia atacante, com Salvador Agra a desviar por cima um cruzamento de Filipe Ferreira, aos 49 minutos, instantes antes de ter centrado para um cabeceamento de Róbert Bozeník defendido a dois tempos por Hornícek.

Abdicando de acelerar o ritmo, o Braga tentou aproveitar as brechas concedidas na retaguarda pelas ‘panteras’ e quase duplicou a vantagem, mas João Gonçalves afastou uma investida de Ricardo Horta, aos 52 minutos, e Pedro Gomes bloqueou um pontapé de Zalazar em cima da linha de golo, aos 67.

A diferença tangencial nunca permitiu facilitismos aos ‘arsenalistas’, que foram acusando o desgaste físico dos cinco encontros oficiais já cumpridos em 2024/25 e protegeram os três pontos em zonas recuadas, suspirando de alívio aos 90+1 minutos, quando Agra cruzou rasteiro e Bozeník acertou no poste direito.

Carlos Carvalhal, treinador do Sporting de Braga, na conferência de imprensa, após a vitória por 1-0 na visita ao Boavista, em jogo da segunda jornada da Liga:

«[A que sabe a vitória] Vale três pontos, é o mais importante. Depois de uma competição europeia… foi um jogo extenuante a nível físico e psicológico, fizemos a viagem, faltaram dias de preparação, mas isso levou a que tivéssemos uma entrada muito boa. Foi uma primeira parte excelente, contra um adversário a defender muito, com muita gente. É difícil jogar contra uma equipa profissional, seja ela qual for, muito remetida ao seu meio-campo e com as linhas muito juntas. E a defender de forma organizada, para dificultar ainda mais. Mas soubemos circular a bola e encontrar caminhos, não demos espaço para contra-ataques.

Na segunda parte, o Boavista fez pela vida, mas estamos no início do processo e há muitas coisas a corrigir. A circulação da bola atrás foi muito lenta. Devíamos circular mais rápido, ser mais incisivos para entrar entrelinhas, andámos com muito toque na zona central. O Boavista chegou mais à frente, teve uma boa oportunidade com uma grande defesa do Hornicek. Foi hora de reunir, metemos mais um médio, porque a equipa já estava fatigada.

Depois de uma competição europeia, o 1-0 é um resultado ingrato porque nota-se o desgaste e há a tentação de gerir o resultado e não arriscar muito para não sofrer. Fechámos bem a equipa e tivemos pelo menos uma clara oportunidade, a do Zalazar, que tiram sobre a linha de golo. 1-0, missão cumprida, depois da competição europeia o fundamental era vencer. Venha o próximo.»

«[Tinha 74% de posse antes do golo, mas a equipa tinha dificuldade em penetrar nas linhas defensivas do Boavista] Fizemos o que tínhamos de fazer, é difícil jogar contra uma equipa profissional organizada. É preciso astúcia e tivemos. Não se espera que, contra uma equipa com 11 jogadores atrás da linha da bola, se criem oportunidades em catadupa. Mas fomos tendo. Fomos chegando à baliza. Fizemos o que tínhamos de fazer para conseguir abrir e chegar ao golo.»

«[Esta equipa está com tudo o que precisa ou vai ter alterações no mercado?] Garantimos mais jogos na UEFA, há a Taça da Liga, a Taça de Portugal e o campeonato é muito longo. Em função das entradas nas competições europeias, temos de reequilibrar o plantel. Estou muito satisfeito com os jogadores que temos, mas vamos procurar reequilibrar uma ou outra posição.»

«[Zalazar esteve descaído à direita na segunda parte. O que é que o uruguaio oferece de diferente?] O nosso meio-campo estava a sentir falta de energia, o Zalazar fez um excelente jogo e correu imenso na Suíça. O Vítor Carvalho veio recentemente de lesão, começou a sentir o desgaste e tínhamos de reforçar o meio-campo. Implicava também ter um terceiro homem e o Zalazar foi a escolha para ir pra direita. Não é um extremo, mas dá mais bola e pode arrancar, como faz bem, rematar à baliza… mas fundamentalmente para ter mais controlo de jogo no meio.»

«[Quais os os motivos que levaram à despromoção de Simon Banza para a equipa B?]. O treinador foi claro ao sublinhar que o “compromisso” é fundamental para que o avançado possa voltar a integrar o plantel principal.

“Conheço o SC Braga há muitos anos, é um clube histórico, com tradição, valores e princípios. Um profissional do SC Braga, de qualquer área, tem de ter compromisso com o clube e a equipa. Se o funcionário tiver compromisso, estará no grupo de trabalho. Se não tiver esses valores, não pode estar”, afirmou Carvalhal.

O técnico concluiu: “O que é preciso para jogar no SC Braga? Ter compromisso com a equipa. Basta

Cristiano Bacci, treinador do Boavista, na conferência de imprensa, após a derrota por 1-0 na receção ao Sporting de Braga, em jogo da segunda jornada da Liga:

«[Boavista teve uma prestação muito defensiva na primeira parte, com Bozeník sozinho na frente] Na primeira parte, não foi uma questão só tática, faltou coragem. Na segunda parte, fomos mais pressionantes, porque tivemos mais coragem. Depois, ao ser pressionante e ao ganhar mais bolas, consegues explorar os defeitos dos outros. Na segunda parte fomos melhores porque tivemos bola e explorámos os flancos. É um “mix” entre situação mental e tática.»

«[Frente ao Casa Pia surgiu Reisinho na direita esta noite foi o Joel] A equipa já foi ajustada na segunda parte com o Casa Pia. Para o Reisinho é melhor jogar no meio, é mais fácil para ele ter bola, jogar mais no apoio dos avançados. O Joel tem mais andamento e entreajuda com o lateral.»

«[Comentário à exibição dos jovens] São jogadores. Não vou ver se têm 15, 18 ou 29 anos. São jogadores do Boavista, tenho de fazer escolhas, estou satisfeito com alguns, com outros um bocadinho menos. Mas temos de evoluir, é uma equipa com muitos jovens, estamos a trabalhar com grande esforço, em cima do limite.»

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio do Bessa, no Porto.

Boavista – SC Braga, 0-1.

Ao intervalo: 0-1.

Marcador

0-1, Roberto Fernández, 40 minutos.

Equipas

– Boavista: João Gonçalves, Pedro Gomes, Rodrigo Abascal, Bruno Onyemaechi, Filipe Ferreira (Tiago Machado, 82), Ibrahima Camará (Gonçalo Almeida, 75), Joel Silva, Ilija Vukotić (Sebastián Pérez, 69), Miguel Reisinho, Salvador Agra e Róbert Bozeník.

(Suplentes: Tomé Sousa, Tiago Machado, Sebastián Pérez, Augusto Dabó, Gonçalo Almeida, João Barros, Alexandre Marques, Tomás Silva e Marco Ribeiro).

Treinador: Cristiano Bacci.

– SC Braga: Lukás Hornícek, Joe Mendes (Víctor Gómez, 69), Robson Bambu, Bright Arrey-Mbi, Adrián Marín, Rodrigo Zalazar (João Marques, 90+4), Vitor Carvalho, Roger Fernandes (Gabri Martínez, 87), Ricardo Horta, Bruma (Jean-Baptiste Gorby, 69) e Roberto Fernández (Amine El Ouazzani, 69).

(Suplentes: Tiago Sá, Víctor Gómez, Serdar Saatçi, Amine El Ouazzani, André Horta, Thiago Helguera, Jean-Baptiste Gorby, João Marques e Gabri Martínez).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: António Nobre (AF Leiria).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Joel Silva (58), Sebastián Pérez (73), Víctor Gómez (83) e Róbert Bozeník (90+4).

Assistência: 5.852 espetadores.