Sindicato do Ensino Superior denuncia clima de medo e solicita esclarecimentos ao Ministério da Educação sobre práticas do reitor Emídio Gomes
O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Emídio Gomes, está a ser acusado pelo Sindicato do Ensino Superior de perseguir e intimidar professores, após se vangloriar publicamente de ter pleno conhecimento sobre a conduta dos docentes da instituição. As declarações, proferidas a 9 de outubro num evento na Faculdade de Economia do Porto, desencadearam uma reação forte por parte dos docentes e do sindicato, que consideram existir um ambiente de suspeição e vigilância na universidade.
Emídio Gomes afirmou que realiza, quatro vezes por ano, reuniões à porta fechada com os núcleos de curso da UTAD, onde recolhe informações confidenciais sobre o comportamento dos professores, incluindo faltas às aulas e alegadas irregularidades. As declarações geraram polémica, com o sindicato a denunciar um clima de intimidação e a pedir esclarecimentos ao Ministério da Educação.
A professora Mila Simões de Abreu, docente na UTAD, foi a primeira a alertar para estas práticas, enviando uma carta aberta ao sindicato e à Assembleia da República, onde criticou a “mentalidade de perseguição” que compara ao período anterior ao 25 de Abril. Com dois processos disciplinares, a docente exige a demissão do reitor e alerta para o silêncio de outros professores devido à precariedade laboral.
Em resposta, o reitor defendeu-se numa nota interna, onde considera as suas reuniões com estudantes uma prática “pública e saudável”, reiterando o tratamento confidencial da informação e afirmando que continuará a ouvir os alunos, que considera parte fundamental da UTAD.