Vitória SC supera Moreirense no Dérbi de Guimarães

Nélson Oliveira marca o único golo e assegura vitória do Vitória SC sobre o Moreirense

O Vitória SC quebrou hoje uma sequência de quatro jogos sem vencer na I Liga ao derrotar o Moreirense por 1-0, graças a um remate certeiro de Nélson Oliveira aos 64 minutos, em jogo da 10.ª jornada do campeonato português.

Num encontro disputado e tenso, o Vitória entrou com dificuldade no ataque, cedendo maior posse e iniciativa ao Moreirense durante a primeira parte. A formação orientada por César Peixoto mostrou-se dinâmica e pressionante, criando várias ocasiões de perigo, especialmente com remates de longe de Benny e investidas de Schettine, que colocaram à prova a defesa vitoriana.

Na segunda metade, o Vitória SC ajustou a estratégia e tomou conta do jogo, investindo mais ofensivamente. Os remates de Nuno Santos e Samu logo nos primeiros minutos do segundo tempo ilustraram a mudança de postura. O golo decisivo de Nélson Oliveira surgiu aos 64 minutos, quebrando um jejum de 10 partidas sem marcar, ao aproveitar um cruzamento de Tiago Silva que o encontrou desmarcado para um remate ao ângulo superior.

O Moreirense, sem a mesma energia da primeira parte, limitou-se a defender-se após o golo, e, apesar das tentativas de reação, não conseguiu ameaçar o resultado. Com esta vitória, o Vitória SC sobe ao sexto lugar com 18 pontos, enquanto o Moreirense cai para a oitava posição, com 14 pontos.

Declarações de Rui Borges, treinador do Vitória de Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o triunfo (1-0) frente ao Moreirense:

«Na primeira parte faltou frescura. Achava que não íamos sentir aí, mas mais aos 60 minutos, mas foi notório, estávamos muito reativos e não proativos, muito lentos, demos confiança ao Moreirense para as transições. Muito honestamente, o que senti hoje, pela primeira vez, a malta não estava tão fresca na primeira parte. Fomos controlando, mas com exposição a mais desgaste. Fomos desgastando com decisões precipitadas, perdas de bola. Na segunda parte, na fase que achava que podíamos cair acho que crescemos; o Tiago cresceu, o Handel cresceu. Conseguimos empurrar o Moreira para trás, criámos muitas situações. Fomos conseguindo empurrar até ao golo, depois do golo é normal, sabíamos que a vitória era importante, sabia que era jogo para 1-0, porque estavam em campo duas equipas um bocado em espelho. Eles estavam mais frescos, mais fortes nos duelos, na segunda parte fomos caindo mais em termos de bloco, mas fomos sendo competentes. A malta sabia que tínhamos de ser bastante comprometidos e a vitória foi merecida».

[Equipa voltou a cair numa situação de potencial risco no final?] «Não me preocupa. Os jogadores são enormes, grandes jogadores, mas não vamos ganhar sempre 3-0, os jogos são sempre competitivos, os adversários são cada vez mais fortes. O que é certo é que no mês passado perdemos jogos em pormenores. Perdemos em Braga, para a Taça da Liga, num canto mal batido, em que até somos fortes, o Braga não tinha criado perigo e num canto mal batido criaram perigo. Com o Boavista foi dois penaltis num canto e num lançamento, coisas que por vezes os jogadores não controlam. Naquilo que é jogo, as equipas criar oportunidades, não têm criado. O Moreirense não criou oportunidades para marcar. No caso de hoje estava uma boa equipa do outro lado, foi um jogo competitivo. Os jogadores estão fantásticos, amam o clube, é difícil nãos e apaixonaram pelo clube, os adeptos foram importantes a empurrar. Por mais que vá gerindo, temos 20 jogos e os outros dez, a frescura não é a mesma».

[Falou em frescura, como sente o grupo num ciclo em que ainda faltam dois jogos até à paragem?] «Tentei não mudar muito. A equipa tem uma boa dinâmica, há jogadores importantes, mais para a frente vão aparecer outros. O grupo está feliz, as expetativas não podiam ser melhores. Estamos bem, os jogadores têm sido fantásticos, não podia pedir mais nada ao grupo. Têm dado tudo em campo mesmo quando as coisas não têm corrido tão bem. Têm representado o clube da melhor forma».

Declarações de César Peixoto, treinador do Moreirense, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após a derrota (1-0) frente ao Vitória de Guimarães:

«Fizemos um bom jogo, tirando os primeiros vinte minutos da primeira parte. A primeira parte foi bem jogada, podíamos ter definido melhor. Pressionámos alto, roubámos bola e impossibilitamos o Vitória de jogar como gosta, de pé para pé. A equipa estava confiante, a construir, a ter bola, estávamos melhor, avisámos que o Vitória ia querer entrar forte na segunda parte, não conseguimos entrar igual, mérito para o Vitória. Na minha opinião, num jogo equilibrado, o resultado é injusto».

[Podia ter uma reação mais forte após o golo?] «Faltou definir melhor algumas transições. Tirámos espaço e tivemos bola, mas queríamos fazer as coisas rápido. Penso que a equipa tentou reagir, o ritmo estava alto para os jogadores que entraram, mas a verdade é que conseguimos chegar lá, entrámos na área houve cruzamento de um lado e do outro. Faltou definir melhor para sermos efetivos em agressividade ofensivamente».

«Na minha opinião não merecemos a derrota. Dentro das opções que tínhamos tentamos ser agressivos, refrescar o ataque. Na primeira parte criámos situações que se definíssemos melhor o resultado podia ter sido outro. Senti um jogador ou outro mais cansado, é normal, jogámos há pouco com o Porto. Faltou algum discernimento na zona de decisão, para chegarmos mais apoiados. Não tivemos a paciência da primeira parte».

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.

Vitória SC – Moreirense, 1-0.

Ao intervalo: 0-0.

Marcador

1-0, Nélson Oliveira, 64 minutos.

Equipas:

– Vitória SC: Bruno Varela, Bruno Gaspar (Alberto, 76), Tomás Ribeiro, Mikel Villanueva, João Miguel Mendes, Tomás Händel, Tiago Silva, Samu (João Mendes, 69), Kaio César (Gustavo Silva, 76), Nuno Santos (Telmo Arcanjo, 69) e Nélson Oliveira (Chucho Ramírez, 89).

(Suplentes: Charles, Alberto, Óscar Rivas, Manu Silva, Zé Carlos, João Mendes, Telmo Arcanjo, Gustavo Silva e Chucho Ramírez).

Treinador: Rui Borges.

– Moreirense: Kewin Silva, Dinis Pinto, Marcelo, Carlos Ponck (Maracás, 63), Frimpong, Ofori, Rúben Ismael (Sidnei Tavares, 74), Alanzinho, Madson Monteiro (Pedro Santos, 84), Benny (Gabrielzinho, 74) e Schettine (Luis Asué, 63).

(Suplentes: Caio Secco, Fabiano, Maracás, Gilberto Batista, Leonardo Buta, Sidnei Tavares, Pedro Santos, Gabrielzinho e Luis Asué).

Treinador: César Peixoto.

Árbitro: Miguel Nogueira (Associação de Futebol de Lisboa).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Frimpong (64).

Assistência: 18.031 espetadores.