Trabalhadores mobilizam-se em Lisboa e no Porto pelo aumento dos salários e das pensões
O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional (CGTP), Tiago Oliveira, antecipa uma forte adesão à manifestação nacional que ocorrerá no próximo sábado, 9 de novembro, em Lisboa e no Porto. As ações fazem parte de um movimento mais amplo exigindo o aumento de salários e pensões, e a defesa dos serviços públicos.
Em Lisboa, os manifestantes irão concentrar-se a partir das 15:00 no Cais do Sodré, enquanto no Porto a reunião está agendada para as 10:00 na Praça da República. Esta mobilização marca o encerramento de um mês intenso de reivindicações, com centenas de plenários e assembleias de trabalhadores.
Setores em Greve e a Luta pelo Aumento Salarial
O protesto, que envolve tanto o setor público quanto o privado, terá a participação assegurada por pré-avisos de greve. Tiago Oliveira destacou que algumas categorias emitiram pré-avisos que cobrem 24 horas, especialmente em setores como comércio, indústria e hotelaria, onde a atividade laboral também se estende ao fim de semana. Estas ações são um sinal claro de descontentamento com as condições atuais.
O líder sindical sublinhou as dificuldades enfrentadas diariamente pelos trabalhadores, que considera consequência de opções políticas inadequadas: “Se não conseguimos pagar a casa, se não conseguimos pôr comida na mesa, se queremos um médico e não temos… Tudo isto resulta de opções políticas que são tomadas”, afirma.
Crítica aos Acordos Firmados e Exigências da CGTP
Oliveira criticou os recentes acordos assinados em sede de concertação social, dos quais a CGTP se distanciou. Um desses acordos, que prevê a subida do salário mínimo nacional para 870 euros até 2025, foi firmado entre a UGT, as confederações empresariais e o Governo, mas não contou com o apoio da Intersindical.
Além disso, o recente acordo para a valorização salarial na Administração Pública também não agradou à CGTP, que exige aumentos mais significativos. O acordo prevê, para 2025, subidas de no mínimo 56,58 euros para salários brutos até 2.620,23 euros e de 2,15% para ordenados superiores. Em contraste, a CGTP reivindica um aumento salarial de 15%, com um mínimo de 150 euros mensais, e elevação do salário mínimo para 1.000 euros.
Próximos Passos e Acompanhamento do Orçamento de Estado
A CGTP afirma que continuará a acompanhar de perto a discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2025. Dependendo das medidas e da sua adequação às reivindicações dos trabalhadores, Tiago Oliveira não descarta a necessidade de novas ações de luta, afirmando que a central sindical se manterá vigilante e pronta a reagir.