Marcelo Rebelo de Sousa vai falar ao país nesta quinta-feira, às 20h. Tema será a polémica em torno do pedido de demissão do ministro das Infraestruturas.

O Presidente da República vai falar ao país nesta quinta-feira, às 20h00, desde o Palácio de Belém, em Lisboa. A informação foi avançada pela CNN Portugal e confirmada pela agência Lusa junto de fonte da Presidência.

O anúncio surge após Marcelo Rebelo de Sousa ter, na quarta-feira, dito que falaria ao país “num destes dias”, apontando para esta quinta-feira, sobre a polémica em torno da ‘nega’ do primeiro-ministro ao pedido de demissão do ministro das Infraestruturas, que gerou crispação entre São Bento e Belém.

O Presidente – que discordou da decisão de António Costa – parte para Londres “muito cedo” na sexta-feira, onde marcará presença na coroação do monarca do Reino Unido, Carlos III, que acontece no sábado.

Aos jornalistas, num passeio por Belém, Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou a polémica em torno de João Galamba e da demissão do seu antigo adjunto, Frederico Pinheiro. 

O que se passou?

A polémica estalou quando a comunicação social publicou trocas de mensagens entre o ex-adjunto de João Galamba, Frederico Pinheiro, e o próprio ministro das Infraestruturas, relativamente à comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.

Pinheiro, que foi demitido, acusou o ministro de querer esconder informações à comissão de inquérito, algo que o mesmo negou. Na noite de 26 de abril, dirigiu-se ao ministério das Infraestruturas para recolher o computador que utilizava, e que teria documentos classificados, acabando impedido de o fazer.

A tensão no ministério subiu de tom e obrigou à intervenção da Polícia de Segurança Pública e até do Serviço de Informações de Segurança, que ficou na posse do computador, entretanto enviado para a Polícia Judiciária.

Com Pinheiro demitido, Galamba enviou também um pedido de demissão a Costa, que o próprio rejeitou, alegando não ter razões para o aceitar. Marcelo discordou, mas em silêncio, publicando apenas uma nota no website oficial da Presidência, em que argumentava que “não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do primeiro-ministro”, mas que “discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à perceção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem”.