Centros para casos não urgentes e consultas abertas aos fins de semana entre as novidades

As Unidades Locais de Saúde (ULS) poderão, a partir deste inverno, implementar novos centros para atender casos não urgentes no próprio dia e oferecer consultas abertas em todos os concelhos aos fins de semana e feriados. As medidas fazem parte de um despacho publicado hoje no Diário da República, destinado a reforçar a capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários e hospitalares durante o período de maior pressão nos serviços de urgência, devido ao aumento de infeções respiratórias.

Reforço na organização dos cuidados de saúde

Segundo a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, este é o primeiro despacho a formalizar a organização dos cuidados de saúde para o inverno, visando reduzir o impacto do aumento de episódios nos serviços de urgência e internamentos.

Entre as medidas destacam-se:

  • Consultas abertas em regime diário, nos fins de semana e feriados, entre as 08h00 e as 20h00, em todos os concelhos, sempre que possível.
  • Centros de atendimento clínico para situações agudas não urgentes, em modelos adaptados às necessidades locais (próprios, sociais, autárquicos ou privados).
  • Disponibilização de Hospitais de Dia para utentes em descompensação de doenças crónicas, como insuficiência cardíaca, asma ou cirrose.

Gestão de urgências e internamentos

O despacho inclui diretrizes para otimizar a gestão das urgências, como a aquisição de macas para serviços externos e internos, e a organização de locais de contingência para doentes à espera de vaga em enfermaria. A autorização prévia da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) será obrigatória para qualquer encerramento de urgências externas durante o inverno.

Envelhecimento populacional preocupa autoridades

A falta de resposta social para doentes com alta clínica, mas sem vagas em instituições, também foi abordada. As ULS deverão comunicar de imediato esses casos ao Instituto da Segurança Social, que terá de garantir soluções adequadas com urgência.

Ana Povo salientou que, embora haja esforços conjuntos entre o Ministério da Saúde, organismos tutelados e as ULS para melhorar a resposta, o cenário de inverno ainda preocupa, sobretudo devido ao envelhecimento da população portuguesa e à elevada carga de doenças crónicas.

“Queremos evitar que a pressão nas urgências prejudique a atividade programada dos hospitais, assegurando que todas as camas hospitalares estejam operacionais”, concluiu a secretária de Estado.

As novas medidas entram em vigor este sábado, refletindo o compromisso do Governo em mitigar os desafios impostos pela sazonalidade.

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