Derrota histórica assinala sequência de quatro desaires consecutivos, algo que não acontecia há 60 anos.
O FC Porto atravessa um dos momentos mais críticos da sua história recente, com uma derrota caseira frente ao Olympiacos (0-1) a ditar a quarta derrota consecutiva, um registo que não se via desde a época 1964/65. Na estreia amarga de José Tavares como treinador interino, os dragões complicaram as contas na Liga Europa e enfrentam um cenário de crise com apuramento incerto para os playoffs da competição.
A equipa portista mostrou-se incapaz de traduzir o domínio em golos, enquanto os gregos aproveitaram um erro defensivo para marcar o golo decisivo aos 79 minutos, por intermédio de El Kaabi. A frustração tomou conta das bancadas do Estádio do Dragão, com assobios a ecoar ao apito final. Apesar das alterações no onze inicial e das substituições ao longo da partida, o novo técnico dos azuis e brancos não conseguiu trazer a reação necessária.
Com este resultado, o FC Porto mantém-se no 21.º lugar, com oito pontos, enquanto o Olympiacos, ao garantir a qualificação, subiu ao 12.º posto. As esperanças portistas ficam agora dependentes de uma vitória na última jornada e de uma conjugação favorável de resultados para evitar uma eliminação precoce na segunda maior competição europeia.
Contexto Histórico e Impacto
Essa sequência de quatro derrotas consecutivas não era registrada desde a temporada 1964/65, evidenciando a gravidade da crise no Dragão. O rendimento abaixo do esperado tem gerado insatisfação entre os adeptos, com assobios no estádio refletindo a frustração de um clube acostumado a resultados melhores, tanto no cenário doméstico quanto europeu.
Com o Porto ainda no 21.º lugar com 8 pontos, as possibilidades de apuramento estão matematicamente em aberto, mas há sérias ameaças:
- Na última jornada, o Porto precisará vencer o Maccabi Tel Aviv e ainda depender de outros resultados para não cair fora da zona de playoff.
- O desafio psicológico também é enorme, pois o ambiente dentro e fora do clube parece cada vez mais pressionado.
O Que Esperar?
A mudança de comando técnico e os recentes desempenhos revelam uma equipe que está longe do ideal, tanto em organização tática quanto em confiança. Resta ver se José Tavares conseguirá ajustar a equipa a tempo para evitar um desfecho ainda mais desastroso nesta temporada europeia.
A próxima semana será decisiva não apenas para as contas do apuramento, mas também para recuperar algum orgulho ferido diante da torcida. É vencer ou correr o risco de mais um capítulo negativo numa temporada que já se tornou histórica pelas razões erradas.
O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, falou aos jornalistas na sala de imprensa do Estádio do Dragão.
André Villas-Boas admite crise no FC Porto: “Não estamos à altura, é um momento muito duro”
Presidente dos dragões assume responsabilidades, pede desculpa aos adeptos e reforça compromisso com o trabalho e a união para superar a má fase.
Após a derrota por 1-0 frente ao Olympiacos, que compromete as aspirações do FC Porto na Liga Europa, André Villas-Boas, presidente dos dragões, marcou presença na sala de imprensa do Estádio do Dragão para abordar o momento delicado do clube. O líder portista não fugiu às questões e reconheceu o momento de crise, assinalado por uma sequência de quatro derrotas consecutivas, algo que não acontecia há 60 anos.
Pedido de desculpas e reflexão
“É um momento complicado, difícil de compreender e de aceitar. Quero pedir desculpa à nossa massa associativa, que tem estado connosco nesta tentativa de inverter a tendência de resultados. Este é um tempo de reflexão, união e paciência, algo que normalmente só vem com vitórias. Infelizmente, hoje falhámos por pequenos detalhes”, lamentou Villas-Boas, apelando ao apoio dos adeptos para ultrapassar a fase negativa.
Mudanças no comando técnico e disciplina no balneário
Com a saída de Vítor Bruno, o FC Porto foi comandado interinamente por José Tavares, mas a estreia do novo treinador não trouxe a reviravolta esperada. Villas-Boas elogiou o trabalho do técnico anterior e explicou a necessidade da mudança: “Acreditávamos que o treinador anterior nos levaria aos objetivos, mas os resultados não apareceram. A decisão foi tomada para continuar a lutar pelo título. Em breve teremos novidades sobre o novo treinador.”
Sobre os casos de indisciplina, como o recente episódio envolvendo Pepê, o presidente foi claro: “Os atos de indisciplina estão a ser tratados internamente. O jogador foi alvo de um processo disciplinar e reconheceu o erro. Acreditamos que a titularidade hoje poderia ser um passo para se redimir e reencontrar confiança.”
Crise de confiança e luta pelos objetivos
André Villas-Boas admitiu que a equipa enfrenta uma crise de confiança: “Todos estão a tentar reencontrar-se. Uma vitória é o que nos dará essa confiança. É importante que os adeptos tenham um pouco mais de paciência, mesmo sabendo que estamos a testá-los até ao limite.”
Apesar da má fase, o presidente garantiu que o clube continuará a lutar pelos seus objetivos: “O plantel foi construído para ganhar títulos. Estamos conscientes de que, neste momento, tudo o que fazemos não tem sido suficiente, mas acreditamos que ainda é possível lutar pelo título e por uma boa prestação na Liga Europa.”
Futuro e trabalho árduo pela frente
Com o FC Porto provisoriamente no 21.º lugar e afastado do apuramento direto para os oitavos de final da Liga Europa, Villas-Boas sublinhou que o foco é o trabalho e o compromisso: “Sabemos que não estamos à altura da grandeza do FC Porto neste momento, mas não vamos desistir. Vamos continuar a trabalhar e a acreditar que podemos dar a volta a este momento difícil.”
A derrota com o Olympiacos marcou mais um capítulo amargo na temporada dos dragões, que terão agora de lutar até ao limite para manter vivas as esperanças nas competições em curso.