Triunfo Importante na 25.ª Jornada da I Liga, dos guerreiros do minho.

Um golo de Ricardo Horta deu hoje ao SC Braga um importante triunfo por 1-0 sobre o FC Porto, na 25.ª jornada da I Liga de futebol, permitindo aos minhotos colarem-se na terceira posição aos ‘dragões’.

O internacional e capitão dos minhotos marcou o único golo da partida, de livre direto aos 17 minutos, garantindo três valiosos pontos que voltam a colar o SC Braga ao FC Porto na terceira posição.

Pressionado pela vitória do Benfica sobre o Nacional (3-0), o FC Porto realizou uma exibição muito pálida em Braga, somando a primeira derrota no campeonato sob o comando de Martín Anselmi. O FC Porto pode ficar a nove pontos do primeiro lugar se o Sporting vencer o Casa Pia, no domingo (em Rio Maior), e o Benfica vencer o jogo em atraso com o Gil Vicente (a 28 de março, em Barcelos).

Os minhotos apresentaram um ‘onze’ com duas mexidas forçadas devido à lesão de Roger e ao impedimento de Fran Navarro (emprestado pelos ‘dragões), tendo entrado Gabri Martínez e El Ouazzani para os seus lugares.

No FC Porto, também surgiram duas novidades, com André Franco e Martim Fernandes nos lugares de Stephen Eustáquio e Fábio Vieira (castigado) – Martin Anselmi colocou João Mário como extremo direito e Martim Fernandes foi o lateral do mesmo lado no habitual esquema de três defesas.

O SC Braga entrou melhor, pressionando a primeira fase de construção do FC Porto, que sentiu muitas dificuldades em ligar o seu jogo.

Aos 17 minutos, já depois de um remate de fora da área de Gabri Martínez, forte, mas à figura de Diogo Costa (03), os minhotos inauguraram o marcador, por Ricardo Horta, num livre direto cobrado de forma rasteira, com o guarda-redes portista a nem sequer esboçar defesa.

O FC Porto reagiu com uma fuga perigosa de João Mário pela direita, mas mal definida pelo extremo (20).

Apesar de ter tomado conta do jogo em termos de posse de bola, a equipa portista não conseguia criar perigo e a qualidade do futebol da turma de Martin Anselmi na primeira parte – e no resto do jogo – deixou muito a desejar.

Só mais de 20 minutos depois, o FC Porto voltou a visar a baliza adversária com um remate cruzado de fora da área de Otávio para defesa segura de Hornicek (42). Dois minutos depois, bem servido por André Franco, Samu tentou o golo de cabeça, mas o jovem guardião checo tapou bem a sua baliza.

Já no segundo tempo, o treinador portista lançou William Gomes aos 57 minutos, retirando Marçano e alterando para uma defesa com apenas dois centrais.

Dois minutos depois, André Franco, em excelente posição, atirou muito ao lado, de cabeça e, dez minutos depois, Namaso entrou para o lugar de Martim Fernandes, mas nada mudou na equipa portista que não criou uma única oportunidade clara para marcar neste período.

Carlos Carvalhal mexeu pela primeira vez na equipa aos 80 minutos, com Racic (saiu Gorby) e, logo a seguir, João Ferreira (83) e o SC Braga, em contra-ataque, quase fez o segundo, mas Diogo Costa opôs-se bem a remate de Gabri Martínez (87).

O técnico ‘arsenalista’ ainda fez entrar Afonso Patrão, de apenas 18 anos, para render o esgotado El Ouazzani (89) e a equipa segurou o triunfo mantendo na maior parte do tempo a posse de bola, perante um FC Porto sem chama e com os seus adeptos a mostrarem o seu desagrado no final do jogo.

Declarações do treinador do SC Braga, Carlos Carvalhal, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a vitória por 1-0 ante o FC Porto, em jogo da 25.ª jornada da Liga:

[Se assume a luta pelo 3.º lugar:] «Não vou assumir nada, não vou mudar o discurso em função de nada, é uma época difícil, em janeiro houve reformulação, vendas, saídas, promoção de alguns jogadores. Equilibrámos a equipa e, desde janeiro, é uma equipa mais próxima do que gostamos, do futebol a praticar. Desde janeiro tivemos uma derrota, com o Rio Ave. A equipa está em franca evolução, mas há dificuldades. Por exemplo, como viram, tínhamos no banco três jovens adultos no banco [ndr: Rúben Furtado, Afonso Patrão e Sandro Vidigal], um deles entrou [Patrão] e já nem estou a classificar o Diego como jovem. A juntar às ausências, as dificuldades do El Ouazzani e do Gharbi, que estão no Ramadão e os últimos 20 minutos foram penosos para eles, é mais uma dificuldade acrescida, mas isso não nos diminui nada. Todas as dificuldades têm feito disto um desafio. Temos nove finais para disputar, vamos tentar vencer as nove, sabendo que é uma tarefa difícil.»

[Sobre João Moutinho:] «Não é um caso de estudo, é um jogador que se preserva, que se cuida, que treina sempre muito bem, joga e treina nos limites e a consequência do seu talento mantém-se inalterável. Fez um jogo extraordinário. Juntava, com toda a sinceridade, a equipa toda e acrescentava ainda mais: só fizemos substituições mais na parte final, mas todos os jogadores que entraram, entraram bem: Racic, Patrão e o João Ferreira. O Racic, então… É um internacional sérvio, tem expectativas, entra e ajuda muito a equipa e quando a equipa joga bem e há uma comunhão dos adeptos, as individualidades têm tendência a salientar-se.»

[Se foi o melhor jogo desde que voltou a Braga:] «Não, já fizemos bons jogos, desde janeiro, vencemos o FC Porto, o Benfica e a Lazio, desde janeiro. Temos de continuar o nosso caminho.»

[Apoio dos adeptos e ainda Anselmi entender que há penálti sobre Samu:] «Não quero saber disso para nada, da parte dos adeptos agradeço o apoio, o resto, eu não quero saber, passo à frente.»

Declarações do treinador do FC Porto, Martín Anselmi, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota por 1-0 ante o Sp. Braga, em jogo da 25.ª jornada da Liga:

«Nos primeiros 15 minutos de jogo, o Sporting de Braga foi superior. Creio que controlou um pouco a bola, a partir daí mudámos a forma de construir, abrimos o Otávio na ala, com o Marcano e o Nehuén numa saída a quatro. Começámos a encontrar as vantagens, a crescer durante a primeira parte e, depois, controlámos totalmente. Tivemos uma ocasião pelo Otávio a abrir, ainda com 0-0, depois a do João Mário. Foi um jogo dividido nesse sentido.»

[Visão do lance de Samu com Hornicek:] «Creio que o lance do Samu me parece que é penálti e, se não é penálti, temos uma falta de critério. Na semana passada, no Farense-AVS, há um penálti parecido e foi penálti, temos de uniformizar critérios. Já vi o lance, o Samu chega primeiro à bola. Ou são os dois penáltis, ou não são.»

[João Mário a extremo e se ainda olha para os dois primeiros lugares, ou é mais importante segurar o 3.º:] «A posição do João foi porque, além do que pode fazer ali – e gostei do jogo e pode continuar – foi pela falta do Mora e do Pepê. Apostámos nele, creio que tem um bom um contra um, pode jogar na ala por dentro ou por fora, creio que tivemos uma grande semana de treinos, os jogadores a treinar bem. Falta muito trabalho, a minha essência é lutar até final, a essência do clube é a mesma.»

[Se houve falta de criatividade ou foi mais pela resistência do Sp. Braga:] «Creio que há um pouco das duas coisas, o Sp. Braga sabe defender-se, por momentos na primeira parte foram cinco, na segunda parte por vezes seis. Defendiam a toda a largura. No momento que colocámos os avançados já se pedia cruzar, para entrar na área. Faltou-nos cruzar.»

[Se entende que os três cartões amarelos nos primeiros 15 minutos condicionaram] «Sim.»

Ficha de Jogo

Jogo disputado no Estádio Municipal de Braga.

SC Braga – FC Porto, 1-0.

Ao intervalo: 1-0.

Marcadores

1-0, Ricardo Horta, 17 minutos.

Equipas

– SC Braga: Hornicek, Victor Gómez, Paulo Oliveira, Robson Bambu, Chissumba, João Moutinho, Gorby (Racic, 80), Gabri Martínez, Ricardo Horta, Gharbi (João Ferreira, 83) e El Ouazzani (Afonso Patrão, 88).

(Suplentes: Tiago Sá, João Ferreira, Arrey-Mbi, Adrián Marín, Racic, Diego Rodrigues, Sandro Vidigal, Rúben Furtado e Afonso Patrão).

Treinador: Carlos Carvalhal.

– FC Porto: Diogo Costa, Nehuen Pérez, Marcano (William Gomes, 57), Otávio Ataíde, Martim Fernandes (Danny Namaso, 69), André Franco (Eustáquio, 76), Alan Varela, Francisco Moura (Zaidu, 77), João Mário, Gonçalo Borges (Deniz Gül, 77) e Samu.

(Suplentes: Cláudio Ramos, Zé Pedro, Tiago Djaló, Zaidu, Tomás Pérez, Eustáquio, William Gomes, Deniz Gül e Danny Namaso).

Treinador: Martín Anselmi.

Árbitro: Luís Godinho (Associação de Futebol de Évora).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Nehuen Pérez (06 minutos), Gonçalo Borges (08), Martim Fernandes (16), João Moutinho (88), Otávio Ataíde (90+1) e Chissumba (90+2). Cartão vermelho direto para Tiago Sá (90).

Assistência: 15.922 espetadores.