Venda dos 13,54% ao grupo francês BPCE representa um novo passo na recuperação dos fundos públicos injetados após a resolução do BES.

O Fundo de Resolução vai encaixar cerca de 866 milhões de euros brutos com a venda da sua participação de 13,54% no Novo Banco, no seguimento da operação de alienação anunciada esta sexta-feira, 13 de junho, pela Lone Star ao grupo bancário francês BPCE

Este montante junta-se aos 30 milhões de euros já recebidos em dividendos relativos ao exercício de 2024 e aos 149 milhões de euros provenientes de uma redução de capital ocorrida já em 2025, segundo confirmou o próprio Fundo em comunicado.

“Os valores obtidos e a obter permitem recuperar uma parte dos montantes que foram investidos na resolução do Banco Espírito Santo (BES)”, sublinha o documento.

O Fundo refere ainda que os recursos arrecadados com a venda e outras operações serão canalizados para o reembolso da dívida contraída junto do Estado português, reforçando assim a sua capacidade financeira. Destaca-se também que, em 2024, o Fundo exerceu o direito potestativo de conversão de ações, que lhe conferiu 4,14% adicionais do capital do Novo Banco, facilitando esta transação.

A venda dos 75% detidos pela Lone Star foi avaliada em cerca de 6.400 milhões de euros pelo grupo francês BPCE, e deverá estar concluída até ao primeiro semestre de 2026. Em paralelo, o grupo francês encontra-se já em conversações com o Governo português (11,5%) e com o próprio Fundo de Resolução (13,5%) para adquirir as respetivas participações restantes.

“Esta venda é o corolário de um longo processo iniciado com a resolução do BES, em 2014”, destaca o Fundo, sublinhando o objetivo de assegurar a continuidade dos serviços financeiros e a estabilidade do sistema bancário, minimizando o impacto sobre os cofres públicos.

Desde que foi vendido à Lone Star em 2017, o Novo Banco recebeu 3.405 milhões de euros do Fundo de Resolução, num processo que gerou inúmeras críticas políticas e escrutínio público. O fim antecipado do mecanismo de capital contingente, no final de 2024, abriu caminho à atual operação de venda e ao início da distribuição de dividendos.