Fogo ativo há seis dias ameaça aldeias e já provocou 19 feridos entre os operacionais. Meios aéreos continuam no combate.

O incêndio que deflagrou no sábado à noite em Ponte da Barca, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, já consumiu cerca de 6.000 hectares e continua fora de controlo, segundo confirmou o presidente da Câmara Municipal, Augusto Marinho.

“Esse número vai aumentar, porque o fogo ainda lavra em vários pontos do PNPG”, alertou o autarca em declarações à agência Lusa. O fogo alastrou na quarta-feira ao concelho vizinho de Terras de Bouro, onde se encontra atualmente uma das frentes mais preocupantes.

Pelas 11:00 desta quinta-feira, o comandante sub-regional do Ave da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) informou que quatro frentes permanecem ativas: três em Ponte da Barca e uma em Terras de Bouro. A prioridade, segundo Augusto Marinho, é impedir a progressão das chamas em direção às aldeias de Sobredo e Lourido.

“A imprevisibilidade deste incêndio é extremamente preocupante. Pode rapidamente ameaçar pessoas e habitações”, sublinhou o autarca. Em Germil, a situação evolui favoravelmente, mas a ameaça persiste nas outras localidades.

Até às 14:06, o incêndio mobilizava 508 operacionais, apoiados por 163 viaturas e seis meios aéreos, segundo a ANEPC. No entanto, o presidente da Câmara ressalvou que “nem todos os meios aéreos visíveis no local estão em combate direto, o que pode justificar discrepâncias nas contagens”.

Na quarta-feira à noite, cerca de 150 pessoas das aldeias de Britelo, Sobredo, Germil e Lourido foram evacuadas por precaução, tendo regressado às suas casas durante a manhã de hoje.

“Quero agradecer às populações pela compreensão e colaboração. Não é fácil abandonar as suas casas, mas a decisão era necessária, também devido ao fumo intenso”, destacou Augusto Marinho.

O incêndio já causou 19 feridos entre os operacionais, seis dos quais necessitaram de tratamento hospitalar. “A informação que tenho é que todos estão bem”, garantiu o autarca, que deixou votos de rápidas melhoras aos bombeiros envolvidos no combate às chamas.

O fogo continua a consumir uma das áreas naturais mais emblemáticas do país, e a prioridade das autoridades é proteger as populações e travar o avanço das chamas nas zonas mais críticas.