Em 2025, apenas 175,7 mil jovens entre os 16 e 34 anos não estudam, nem trabalham, valor mais baixo desde 2011 impulsionado pelo crescimento do emprego jovem
O número de jovens portugueses que não estudam, não estão em formação nem no mercado de trabalho – conhecidos como “nem-nem” – atingiu no segundo trimestre de 2025 o valor mais baixo desde que há registos estatísticos disponíveis, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Entre abril e junho, foram contabilizados 175,7 mil jovens nesta situação, um número que não se via desde 2011. Esta redução é sintoma da melhoria significativa no emprego jovem, que contribui para sustentar o crescimento da população ativa com trabalho.
O universo dos “nem-nem” abrange jovens entre os 16 e os 34 anos e está dividido em dois grupos etários. Dos 16 aos 24 anos, encontravam-se 65,1 mil jovens nesta situação, enquanto dos 25 aos 34 anos o número ascendeu a 110,6 mil. O valor mais baixo desde 2011 anterior foi registado em 2019, com 187,9 mil jovens “nem-nem”, enquanto o máximo histórico se deu em 2012, no auge da crise da troika, quando 449 mil jovens estavam fora da educação e do mercado laboral.
Os dados do INE indicam que este decréscimo ocorre num contexto de sucessivos máximos históricos no nível de emprego, especialmente entre os jovens adultos dos 25 aos 34 anos. O aumento do emprego está relacionado com a entrada de mais jovens no mercado de trabalho, fenómeno que poderá também estar associado à imigração.
Segundo a estatística nacional, o maior contributo para o crescimento do emprego neste período veio de trabalhadores jovens com ensino secundário ou pós-secundário, empregados maioritariamente no setor dos serviços – incluindo comércio, transportes, alojamento e restauração – em contratos sem termo, a tempo completo e como trabalhadores dependentes.
Importa destacar que o conceito de jovens “nem-nem” é diferente da taxa oficial de desemprego jovem, que contempla apenas a faixa dos 16 aos 24 anos. Neste grupo, a taxa de emprego mantém-se acima dos 30%, com mais de 300 mil jovens empregados, representando cerca de metade do total do emprego jovem.
Este cenário positivo reflete uma maior inclusão dos jovens no mercado laboral e na formação, o que pode ter um impacto direto na redução das vulnerabilidades sociais e económicas deste segmento da população.



































