Equipa de Luís Pinto resistiu pouco ao domínio portista e revelou dificuldades ofensivas, apesar de um arranque promissor

O Vitória SC iniciou esta segunda-feira a sua participação na I Liga 2024/25 com uma derrota clara frente ao FC Porto, por 3-0, no Estádio do Dragão. Apesar de ter criado a primeira grande oportunidade logo no minuto inicial, a equipa minhota não conseguiu capitalizar o bom arranque e acabou dominada ao longo de quase todo o encontro.

Tiago Silva esteve muito perto de colocar o Vitória em vantagem logo aos 60 segundos, mas o remate, já dentro da área, saiu a escassos centímetros do poste. Foi um momento que poderia ter mudado o rumo da partida, mas que acabou por anteceder a resposta contundente dos “dragões”.

O FC Porto adiantou-se no marcador aos 12 minutos, através de Pepê, num gesto técnico requintado ao “picar” a bola sobre o guarda-redes Charles. A formação de Luís Pinto, com poucas alterações face à época passada, tentou reagir, mas revelou dificuldades em travar as rápidas transições portistas e em criar perigo sustentado no ataque.

Aos 32 minutos, Samu ampliou a vantagem para 2-0, de cabeça, após canto curto e cruzamento de Alberto Costa. Até ao intervalo, os vimaranenses voltaram a ameaçar numa iniciativa de João Mendes, travada por um corte decisivo de Bednarek.

Na segunda parte, o Vitória SC foi praticamente inofensivo no capítulo ofensivo, com a equipa a raramente conseguir chegar com perigo à baliza adversária. A falta de soluções no último terço do terreno ficou evidente, e a gestão do jogo por parte do FC Porto tornou a missão minhota ainda mais difícil.

O terceiro e último golo surgiu aos 79 minutos, novamente por Samu, que aproveitou uma defesa incompleta de Charles a remate de Stephen Eustáquio. Apesar dos três golos sofridos, o guarda-redes vitoriano foi a figura em destaque da sua equipa, evitando um resultado mais pesado com várias intervenções decisivas.

O encontro ficou também marcado por uma homenagem emotiva ao histórico capitão portista Jorge Costa, falecido na passada terça-feira, com aplausos ao segundo minuto de jogo e uma coreografia nas bancadas com referência à sua camisola 2.

O Vitória SC regressa agora a Guimarães com a consciência de que terá de melhorar a eficácia ofensiva e a consistência defensiva para encarar os próximos desafios da I Liga com mais argumentos.

Francesco Farioli, treinador do FC Porto, na conferência de imprensa após o triunfo frente ao Vitória, por 3-0, no arranque da Liga:

[Estreia no Dragão em jogos oficiais] «É a família portista. Hoje, foi um jogo particular para nós. É óbvio para quem vai esta vitória. O espírito que a equipa colocou no jogo era uma fixação para o Jorge. Ajudou-nos a ser fortes com e sem bola, a marcar rapidamente e a ter outro golo na primeira parte. Foi um ambiente incrível, com o estádio a puxar e a saltar durante os 90 minutos. Foi incrível e espero ter este espírito durante toda a época».

[Homenagem a Jorge Costa] «Foi único e emocionante. A semana que tivemos, tal como para quem era próximo do Jorge, é impossível de descrever. Os jogadores tentaram apoiar-se mutuamente e continuar focados no jogo, sempre com respeito pelo Jorge. Esta semana foi muito particular. A celebração do estádio e aquilo que o clube organizou em sua memória foi incrível».

[Equipa com o espírito portista?] «Está no caminho certo. Há muitas coisas em que temos de melhorar. No início da segunda parte, quebrámos um bocadinho o ritmo, tivemos alguns erros táticos e, fisicamente, também temos de melhorar. Este adversário criou problemas aqui nas últimas visitas e hoje veio com uma boa organização. Ainda estamos longe de onde queremos chegar, mas estivemos bem».

Luís Pinto, treinador do Vitória, na conferência de imprensa após derrota frente ao FC Porto (3-0), para a primeira jornada da Liga:

«A entrada no jogo foi mais forte da nossa parte, tivemos uma oportunidade logo a começar. Até ao golo, o jogo foi equilibrado. Sentimos a pressão do FC Porto, sabíamos que ia acontecer, mas a equipa estava bem. Simplesmente, foi uma questão de eficácia nesse momento. Sentimos um bocadinho o golo e, até ao intervalo, o FC Porto conseguiu ter ascendente. A envolvência do estádio foi forte, tal como a agressividade. O FC Porto fez o dobro das faltas que fizemos, o que demonstra isso mesmo».

[Imagem deixada pelo Vitória] «Temos de pegar nas coisas deste jogo para enriquecer o processo que queremos para a nossa equipa. Este jogo vai dar-nos algumas coisas nesse aspeto. Temos de ter um nível de concentração e de rigor sempre muito altos. Isso fez um bocadinho a diferença, hoje, no resultado».
[Paragem tática a meio da primeira parte] «A questão tática teve muito mais a ver com a nossa equipa, com os momentos com bola, do que propriamente sem bola. Estávamos a dar-nos muito à pressão, a ir para as zonas em que o FC Porto queria pressionar».

[Preparação da época] «Se acharmos que na primeira jornada não teríamos muito trabalho pela frente estaríamos a olhar para a questão de uma forma errada. Não acredito que o sistema tático tenha uma influência tão grande no jogo, mas sim as dinâmicas do sistema e a forma como encaramos os lances individuais. Pressionámos em meio-campo ofensivo com o Vando alto, quase em 4-4-2. Não fomos fortes o suficiente para conseguir outro resultado, temos de trabalhar sobe isso».

[Entrada de Ndoye] «É um jogador que tem caraterísticas diferentes das que que temos no plantel. Tem a capacidade de atacar a profundidade de uma forma muito interessante e queríamos utilizar essas caraterísticas neste jogo. Tem também a questão de estar a chegar. Não fez a pré-época e quisemos que sentisse o que é jogar pelo Vitoria e a exigência dos nossos adeptos. Jogámos num Dragão entusiasmado e houve muitos momentos em que ouvimos o apoio dos nossos adeptos. É importante transmitir isso aos jogadores que estão a chegar».

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio do Dragão, no Porto.

FC Porto – Vitória de Guimarães, 3-0.

Ao intervalo: 2-0.

Marcadores:

1-0, Pepê, 12 minutos.

2-0, Samu 32.

3-0, Samu, 79.

Equipas:

– FC Porto: Diogo Costa, Alberto Costa, Néhuen Pérez, Bednarek (Prpic, 65), Martim Fernandes (Zaidu, 55), Alan Varela, Victor Froholdt, Gabri Veiga (Stephen Eustáquio, 65), Pepê, Samu e Borja Sainz (William Gomes, 65).

(Suplentes: Cláudio Ramos, Zé Pedro, Stephen Eustáquio, William Gomes, Zaidu, Prpic, Luuk de Jong, Deniz Gül e Rodrigo Mora).

Treinador: Francesco Farioli.

– Vitória SC: Charles, Miguel Nóbrega, João Mendes, Miguel Maga (Lebedenko, 72), Borevkovic, Tomás Händel, Tiago Silva, Nuno Santos (Nélson Oliveira, 56), Gustavo Silva (Alioune Ndoye, 72), Vando Félix e Oumar Camara (Arcanjo, 56).

(Suplentes: Juan Reyes, Paulo Lima, Nélson Oliveira, Beni, Lebedenko, Telmo Arcanjo, Fabio Gomez, Diogo Sousa e Alioune Ndoye).

Treinador: Luís Pinto.

Árbitro: António Nobre (AF Leiria)

Ação disciplinar: cartão amarelo para Tiago Silva (14), Miguel Maga (50), William Gomes (81) e Nelson Oliveira (90+4).

Assistência: 48.345 espetadores.

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