Partido denuncia processos de revitalização e cortes laborais em empresas com lucros elevados e exportações em crescimento
O Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) dirigiu ao Governo um conjunto de perguntas escritas exigindo esclarecimentos e medidas concretas face aos despedimentos coletivos e atropelos aos direitos laborais em várias empresas do setor têxtil, nomeadamente dos grupos Polopique, StampDyeing, Tearfil, Somelos, Coindu e JF Almeida, com unidades nos distritos de Braga e Porto, nos concelhos de Guimarães, Vizela e Santo Tirso
1.
Segundo o PCP, estão em curso processos de despedimento coletivo que poderão afetar centenas de trabalhadores, num setor que emprega diretamente mais de 2000 pessoas. A situação é agravada por atrasos salariais e subsídios de férias em falta, como no caso da StampDyeing, que viu o fornecimento de gás cortado por falta de pagamento
1.
O partido denuncia que, apesar das justificações das empresas — como o aumento dos custos com matérias-primas, energia e taxas de juro — muitas delas apresentaram resultados económicos positivos nos últimos anos. De acordo com dados do INE, as exportações do setor têxtil em Guimarães cresceram 2% em maio de 2024, ultrapassando os 73 milhões de euros
1.
“É inaceitável que continuem sempre a ser os trabalhadores os primeiros e principais atingidos quando o patronato decide cortar custos”, afirma o PCP, sublinhando que se trata de um setor onde predomina o pagamento do salário mínimo e um subsídio de refeição de apenas 2,4 euros, valor que “nem para pagar uma sopa dá”
O partido critica também a postura do Ministro da Economia, Castro Almeida, que, segundo declarações citadas pelo jornal Público, não manifestou qualquer preocupação com os trabalhadores afetados, nem anunciou ações concretas para travar os despedimentos
No Parlamento, o PCP questiona o Governo sobre os apoios públicos recebidos por estas empresas, e se estão previstas medidas para salvaguardar os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores. A CDU exige que o Executivo “assuma as suas responsabilidades” e atue com urgência para evitar que os trabalhadores do setor têxtil “voltem a pagar o preço da crise”
1.


































