Um tribunal norte-americano proibiu a Microsoft de concluir a compra da Activision Blizzard, uma das maiores empresas de videojogos do mundo, até que o tribunal decida sobre um recurso interposto pela autoridade da concorrência.
A decisão, tomada na terça-feira pelo tribunal federal de São Francisco, surge em resposta a um pedido apresentado na segunda-feira pela Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês).
A FTC, a autoridade da concorrência norte-americana, tinha pedido a suspensão temporária da aquisição, avaliada em 69 mil milhões de dólares (63,9 milhões de euros), alegando que a Microsoft estaria a tentar fechar o negócio antes do início do julgamento.
Algo que seria “difícil, se não impossível” de reverter, se a aquisição fosse posteriormente considerada ilegal, disse a comissão.
O tribunal disse que a ordem de bloqueio temporário do negócio “é necessária para manter o ‘status quo'” enquanto os processos legais da FTC contra a transação ainda estão pendentes.
O tribunal marcou ainda para 22 de junho uma audiência sobre um outro pedido apresentado pela FTC para uma decisão final a bloquear o negócio.
A operação, anunciada há um ano e meio, foi aprovada em vários países, incluindo pela Comissão Europeia, no mês passado, e tornaria a Microsoft a terceira maior empresa do mundo no setor dos videojogos.
No entanto, a aquisição foi bloqueada nos Estados Unidos e no Reino Unido, devido às preocupações de vários reguladores sobre a concorrência na indústria de videojogos.
A Microsoft disse, num comunicado divulgado na terça-feira, que “acelerar o processo legal nos EUA trará mais opções e concorrência ao mercado de jogos”.
“Uma ordem de restrição temporária faz sentido até que possamos receber uma decisão do tribunal, que se está a mover rapidamente”, disse a empresa.
Em dezembro, a FTC anunciou que ia tentar impedir a compra da Activision Blizzard, alegando que podia prejudicar os consumidores, pois ia permitir à Microsoft ficar com importantes títulos de videojogos, como “Warcraft”, “Call of Duty” ou “Candy Crush”.
A queixa da FTC referiu aquisições anteriores de jogos pela Microsoft, especialmente à Bethesda Softworks, como um exemplo onde a Microsoft tornou alguns títulos de jogos populares exclusivos para o sistema de jogos Xbox, apesar de ter garantido aos reguladores europeus que não tinha intenção de o fazer.