Candidato da IL acusa João Rodrigues de “dependência do aparelho do PSD”

O candidato da Iniciativa Liberal (IL) à Câmara de Braga, Rui Rocha, garantiu que o partido não fará qualquer acordo de governação pós-eleitoral com a coligação PSD/CDS/PPM, liderada por João Rodrigues, apontando como um dos motivos o “caso Spinumviva”.

No debate da RTP3, Rui Rocha revelou que o processo que envolve a empresa ligada ao primeiro-ministro Luís Montenegro pesou também na decisão da IL de não avançar em lista conjunta com os sociais-democratas.

“Esse caso fez parte da decisão que foi tomada”, disse Rui Rocha, acrescentando que, caso não vença as eleições de 12 de outubro, assumirá funções como vereador da oposição.

João Rodrigues responde às críticas

O candidato da coligação PSD/CDS/PPM, João Rodrigues, rejeitou qualquer irregularidade, sublinhando que as ligações familiares à Spinumviva resultam da atividade profissional da sua mulher (advogada) e do seu pai (empresário).

“Era suposto a minha mulher não trabalhar e não ter clientes? Onde está o mal nisso?”, questionou, lembrando que a faturação com contratos públicos do grupo empresarial do pai “não chega a 1% do total”.

Rodrigues admitiu que, mesmo após a polémica, manteve contactos com a IL sobre uma possível coligação, que acabou por não avançar.

Rui Rocha insiste na falta de independência

Para Rui Rocha, o problema não é apenas a Spinumviva, mas a “subserviência” de João Rodrigues ao PSD e ao Governo central:

“Não conheço o caso Spinumviva, as ligações, não quero saber. O que sei é que há uma dependência relativamente ao aparelho do PSD e ao Estado central, quando Braga precisa de autonomia para exigir um tratamento justo.”

Contexto do caso Spinumviva

A polémica surgiu após notícias do Correio da Manhã sobre a atividade imobiliária da Spinumviva, levantando dúvidas sobre conflitos de interesse e sobre a eventual ligação entre negócios privados e decisões governativas.

Luís Montenegro recusou identificar clientes da empresa, mas assegurou não ter qualquer envolvimento desde junho de 2022, quando cedeu a sua quota à mulher – ato que especialistas consideraram juridicamente questionável, devido ao regime de comunhão de adquiridos.

O debate completo pode ser visto na RTP Play.

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