Ricardo Horta e Gabri Martínez assinam triunfo por 2-0 em Glasgow, naquele que é o primeiro êxito de sempre de uma equipa portuguesa em casa dos escoceses.
O SC Braga conquistou, esta quinta-feira, uma vitória histórica ao derrotar o Celtic de Glasgow por 2-0, em pleno Celtic Park, na segunda jornada da fase de grupos da Liga Europa. Para além de somar mais três pontos que lhe garantem a liderança provisória do grupo, a formação minhota tornou-se a primeira equipa portuguesa a vencer no reduto do Celtic, em cinco jogos realizados em solo escocês.
Num encontro marcado por exibições contrastantes dos guarda-redes, Ricardo Horta abriu o marcador aos 20 minutos, com um remate de longa distância que surpreendeu o experiente Kasper Schmeichel, filho do icónico Peter Schmeichel. Já perto do final, aos 85 minutos, Gabri Martínez, acabado de entrar, confirmou o triunfo com um golo na recarga de um contra-ataque rápido.
Mudanças resultaram: revolução de Vicens dá frutos
Após uma série negativa de cinco jornadas sem vencer no campeonato — culminada com uma derrota caseira frente ao Nacional (0-1) —, o técnico Carlos Vicens promoveu uma verdadeira revolução no onze inicial. O espanhol alterou seis jogadores, mexendo em todos os sectores exceto na baliza.
Vítor Carvalho voltou ao centro da defesa numa linha de três centrais, Yanis da Rocha ocupou o flanco direito, enquanto Gorby e Grillitsch assumiram o meio-campo. Na frente, Pau Víctor e El Ouazzani compuseram o ataque.
O Celtic, empurrado pelo ambiente do seu estádio, entrou melhor na partida e criou a primeira grande ocasião aos 13 minutos, por Tounekti. No entanto, o SC Braga foi crescendo e, depois de um aviso de Vítor Carvalho aos 18 minutos, chegou ao golo com um disparo forte de Ricardo Horta, que beneficiou da passividade de Schmeichel.
Segunda parte intensa e decisiva
O segundo golo dos bracarenses esteve perto ainda antes do intervalo e logo no início da segunda parte, mas foi o Celtic quem mais pressionou durante boa parte do segundo tempo. A equipa escocesa até chegou a marcar, mas o golo de Iheanacho foi anulado por mão na bola, após revisão do VAR.
O guarda-redes Hornicek foi decisivo para manter a vantagem, com duas defesas de elevado grau de dificuldade: primeiro, num cabeceamento de Tierney (63’), e depois num potente remate de Tounekti (74’), segurando a vantagem numa fase em que o Celtic ameaçava o empate.
Já perto do fim, numa transição rápida, Diego obrigou Schmeichel a uma defesa apertada, e Gabri Martínez, na recarga, fez o 2-0, selando o triunfo com alguma felicidade após um ressalto.
Braga com seis pontos e moral em alta
Com esta vitória, o SC Braga soma seis pontos em dois jogos — após ter vencido o Feyenoord por 1-0 na jornada inaugural — e lidera provisoriamente o grupo da Liga Europa.
A vitória em Glasgow representa não só um marco histórico para o clube minhoto, mas também um balão de oxigénio para o treinador Carlos Vicens, que vinha a ser contestado pelos maus resultados na I Liga.
Vicens celebra “união e competitividade” após vitória histórica em Glasgow
Treinador do SC Braga realça resposta da equipa; Brendan Rodgers critica decisão do VAR
O SC Braga venceu esta quinta-feira o Celtic de Glasgow por 2-0, na segunda jornada da fase de liga da Liga Europa, conquistando uma vitória histórica no Celtic Park. No final da partida, os treinadores Carlos Vicens e Brendan Rodgers reagiram em tons bem distintos: o espanhol enalteceu a resposta coletiva dos minhotos, enquanto o técnico escocês se mostrou indignado com o VAR.
Carlos Vicens: “Equipa mostrou competitividade e união”
O treinador bracarense não escondeu a satisfação pelo triunfo e pela forma como a equipa reagiu depois da derrota caseira frente ao Nacional.
“Estou satisfeito, muito contente, sobretudo pelos rapazes. Depois do jogo contra o Nacional, ficaram absolutamente conscientes de que o nível que temos de oferecer nos nossos jogos não pode ser nada parecido com o daquele dia”, afirmou.
Vicens destacou ainda a atitude dos jogadores perante o desafio:
“Eles precisavam de uma nova oportunidade para se redimirem, para mostrarem a versão da equipa que realmente são. Hoje tivemos o cenário perfeito para isso. Foi um jogo em que a equipa mostrou a sua competitividade e união, o que deve servir de exemplo para todos os jogos”.
O treinador deixou também uma palavra aos adeptos:
“Estou muito feliz por todos os que viajaram, que não pararam de apoiar nem por um minuto. Já temos seis pontos, e sabemos como é difícil ganhar jogos fora na Liga Europa”.
Brendan Rodgers: “Não sei por que razão o golo não foi validado”
Do lado escocês, Brendan Rodgers não escondeu a frustração, sobretudo com a anulação de um golo de Iheanacho que teria dado o empate ao Celtic.
“Começámos bem, mas depois do primeiro golo o Braga passou a ser melhor. Alterámos a estrutura na segunda parte, criámos oportunidades e marcámos o 1-1. Não sei por que razão o golo não foi validado e não me deram qualquer explicação”, disse.
Rodgers foi mais longe, acusando o VAR de falhar:
“É um erro do árbitro e é por isso que temos o VAR. Não há absolutamente nenhuma possibilidade de ele ter tocado na bola com a mão. Bateu-lhe na cara”.
Apesar da contestação, a vitória sorriu ao SC Braga, que soma agora seis pontos em dois jogos, reforçando a sua posição no grupo.
Ficha de jogo
Jogo realizado no Celtic Park, em Glasgow.
Celtic – SC Braga, 0-2.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores
0-1, Ricardo Horta, 20 minutos.
0-2, Gabri Martínez, 85.
Equipas
– Celtic: Kasper Schmeichel, Colby Donovan (Marcelo Saracchi, 46), Carter-Vickers, Liam Scales, Kieran Tierney (Dane Murray, 80), Callum McGregor, Benjamin Nygren (Arne Engels, 67), Paulo Bernardo (Reo Hatate, 67), Daizen Maeda (James Forrest, 77), Sebastian Tounekti e Kelechi Iheanacho.
(Suplentes: Viljami Sinisalo, Auston Trusty, Michel-Ange Balikwisha, Hyunjun Yang, Luque McCowan, Johnny Kenny, Arne Engels, Marcelo Saracchi, Reo Hatate, Dane Murray, James Forrest, Anthony Ralston).
Treinador: Brendan Rodgers.
– SC Braga: Hornicek, Lagerbielke, Vítor Carvalho, Arrey-Mbi, Yanis da Rocha (Victor Gómez, 46), Gorby, Grillitsch (João Moutinho, 65), Leonardo Lelo, Ricardo Horta (Zalazar, 70), Pau Víctor (Diego Rodrigues, 70) e El Ouazzani (Gabri Martínez, 82).
(Suplentes: Tiago Sá, Alaa Bellarouch, Victor Gómez, Niakaté, João Moutinho, Zalazar, Diego Rodrigues, João Marques, João Aragão, Sandro Vidigal, Gabri Martínez e Fran Navarro).
Treinador: Carlos Vicens.
Árbitro: Tobias Stieler (Alemanha).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Yanis da Rocha (13), Marcelo Saracchi e Liam Sclaes (89).
Assistência: cerca de 30.000 espetadores.