Mariana Mortágua: “Braga está no centro da política nacional pelas piores razões”

ANIR, encontro nacional imprensa local e regional, realizada no centro de juventude de Braga. 15 de Março de 2025

Coordenadora do BE critica caso Spinumviva, defende eleição de António Lima e contesta declarações sobre propinas

À margem de um jantar-comício em Frossos, Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), afirmou que Braga se encontra “no centro da política nacional pelas piores razões”. A líder bloquista destacou o caso Spinumviva, envolvendo nomes como o de Luís Montenegro, primeiro-ministro, e João Rodrigues, candidato da coligação Juntos Por Braga (PSD/CDS-PP/PPM), como um dos temas que marcaram negativamente a campanha autárquica.

“Braga está intimamente ligada ao caso Spinumviva”, disse Mortágua, sublinhando que o candidato do PSD é associado a negócios que, segundo a coordenadora, “não foram explicados até hoje e que vão perseguindo o primeiro-ministro ao longo da sua vida política”. Para Mortágua, este episódio justifica a antecipação do Orçamento do Estado e transporta Braga “diretamente, pelas piores razões, da política autárquica para a política nacional”.

“António Lima pode fazer toda a diferença na câmara de Braga”

A coordenadora do BE destacou o candidato à Câmara Municipal, António Lima, como figura de seriedade e experiência política. “É um homem de princípios, reconhecido no distrito e no país, um advogado competente, com maturidade e capacidade para fazer toda a diferença no executivo municipal”, afirmou.

Mortágua defende que a entrada do BE na câmara é fundamental para reequilibrar as forças políticas locais, considerando que PS, PSD e Chega não oferecem soluções estáveis para a cidade. “Ter um vereador como António Lima pode mudar a balança e fazer toda a diferença”, acrescentou.

Críticas às declarações sobre propinas

A líder bloquista reagiu ainda às recentes declarações do ministro da Educação, Fernando Alexandre, sobre o ensino superior, que considerou “um erro” o foco das manifestações estudantis pela gratuitidade. Mortágua afirmou que “a universidade deve ser acessível a todos, com serviços públicos tendencialmente gratuitos”, defendendo que a gratuitidade deve incluir habitação e melhores condições para investigadores.

“Além de não ter propinas, devemos garantir habitação a todos os estudantes que dela precisam. Acabar com a precariedade no ensino superior é também uma condição de desenvolvimento”, sublinhou.

Campanha e experiências pessoais

Mariana Mortágua falou ainda sobre a sua recente participação numa flotilha humanitária com destino a Gaza, descrevendo a experiência como dura e reveladora. “Os verdadeiros heróis são o povo palestiniano, que luta pelo que resta da humanidade no mundo”, afirmou, garantindo que futuras missões humanitárias continuarão.

Por sua vez, António Lima fez um balanço positivo da campanha, destacando o contacto direto com os cidadãos e o esforço dos militantes em transmitir os projetos do BE. “Estamos confiantes de que a nossa mensagem foi compreendida e será refletida no voto no próximo domingo”, concluiu.