Matheus Marley Machado alega legítima defesa após rixa junto ao Bar Académico; testemunhas falam em agressões, garrafas e pontapés, e a acusação imputa homicídio qualificado com três golpes de faca.
O alegado autor do homicídio de Manuel Gonçalves, conhecido por “Manu”, ocorrido a 12 de abril em Braga, confessou parcialmente os factos ao Ministério Público, dizendo que apanhou do chão uma faca durante uma altercação à porta do Bar Académico e a usou para se defender, sem ter a certeza se atingiu a vítima, após o que fugiu por temer pela própria integridade. O arguido, em prisão preventiva, sustenta que um elemento do grupo de “Manu” tentou esfaquear um seu amigo e depois a si, que a arma caiu após um soco e que não houve confrontos físicos prévios nem arremesso de garrafas por parte do seu grupo.
Relatos de testemunhas contrariam esta versão, descrevendo agressões e objetos atirados no exterior do bar e referindo que “Manu” foi esfaqueado e ainda pontapeado na cabeça, enquanto terceiros tentavam estancar hemorragias com peças de roupa. Uma das testemunhas situa a génese do conflito numa suspeita de adulteração de uma garrafa de água com uma “pastilha” de cor roxa destinada a uma jovem, episódio que originou discussão no interior e a expulsão de “Manu” pelos seguranças.
Na acusação, o Ministério Público dá como indiciado que, já na via pública, o arguido, munido de uma faca, avançou sobre a vítima, desarmada, e desferiu-lhe três golpes, atingindo-o mortalmente na sequência da contenda iniciada após o confronto no interior do estabelecimento. O processo segue em fase de instrução, vigorando a presunção de inocência até trânsito em julgado, enquanto a defesa insiste na tese de legítima defesa e contesta a dinâmica dos acontecimentos apresentada pelas testemunhas e pela acusação.































