A companhia aérea passa a exigir o uso da aplicação myRyanair, decisão que suscita críticas da DECO por possível penalização dos passageiros com menor literacia digital.
A Ryanair deixou de aceitar cartões de embarque em papel e passa, a partir desta quarta-feira, a exigir exclusivamente o bilhete digital emitido através da aplicação myRyanair. A medida insere-se na estratégia de transformação digital da transportadora, que pretende tornar as viagens “mais rápidas, inteligentes e sustentáveis”, estimando eliminar cerca de 300 toneladas de papel por ano.
Segundo a companhia, quase 80% dos mais de 200 milhões de passageiros anuais já utilizam cartões digitais. A aplicação foi reforçada com novas funcionalidades, incluindo alertas de embarque, informação sobre atrasos, mudanças de porta e possibilidade de efetuar pedidos de comida a bordo.
Haverá um período de transição até ao início de 2026, durante o qual os cartões impressos continuarão a ser aceites. Os passageiros sem acesso a dispositivos eletrónicos ou confrontados com problemas técnicos poderão solicitar gratuitamente um bilhete físico no aeroporto.
A decisão motivou críticas da DECO, que acusa a transportadora de impor uma obrigação “abusiva” ao forçar o uso da aplicação e anunciou que pedirá a intervenção da Autoridade Nacional de Aviação Civil e do Ministério Público. A associação alerta ainda que a medida pode prejudicar passageiros com menores competências digitais e originar filas adicionais nos aeroportos.
A Ryanair defende que a digitalização total é inevitável e segue a tendência de vários setores que já operam sem recurso a suportes físicos, como o entretenimento e os eventos.

































