Capitão ‘arsenalista’ decidiu o encontro ainda na primeira parte e minhotos igualam o Gil Vicente na classificação
Um golo solitário de Ricardo Horta garantiu este domingo a vitória do SC Braga na receção ao Santa Clara (1-0), em jogo da 14.ª jornada da I Liga. Apesar de uma exibição pouco inspirada, a equipa minhota foi eficaz e somou três pontos importantes que lhe permitem igualar o Gil Vicente no quarto lugar, ambos com 25 pontos.
Num encontro marcado pelo frio e pelo ritmo baixo, o SC Braga assumiu desde cedo a iniciativa, controlando a posse de bola, mas sem grande profundidade ofensiva. A primeira grande ocasião pertenceu, ainda assim, ao Santa Clara, quando Brenner Lucas surgiu isolado, aos 26 minutos, mas Hornicek evitou o golo com uma defesa pouco comum, usando a cabeça.
A resposta bracarense surgiu perto do intervalo. Aos 39 minutos, Lagerbielke esteve perto de marcar de cabeça, após livre de Ricardo Horta, mas o guarda-redes Gabriel Batista defendeu com segurança. Três minutos depois, porém, nada pôde fazer: Gabri Martínez assistiu de cabeça e Ricardo Horta, a aparecer com oportunismo na área, fez o único golo da partida, aos 42 minutos, após um passe de grande qualidade de João Moutinho.
O capitão do SC Braga assinou assim o sexto golo no campeonato e o décimo da temporada, confirmando a sua importância decisiva na equipa.
Na segunda parte, o Santa Clara tentou assumir maior protagonismo, mas raramente conseguiu criar perigo junto da baliza bracarense. O jogo perdeu ainda mais intensidade e não houve ocasiões claras de golo até final, numa etapa complementar pouco emocionante.
Nota ainda para a saída por lesão de Niakaté, que se encontra de partida para representar o Mali na Taça das Nações Africanas.
Com este triunfo, o SC Braga mantém-se firme na luta pelos lugares cimeiros da tabela, aproveitando o deslize de concorrentes diretos para se aproximar do top-4 da Primeira Liga.
Carlos Vicens, treinador do Sp. Braga, em declarações na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após o triunfo (1-0) sobre o Santa Clara
Técnico bracarense destaca crescimento da equipa, esforço acumulado da época e orgulho na formação arsenalista
Carlos Vicens, treinador do SC Braga, sublinhou a importância de manter o foco e a ambição, apesar do bom momento vivido pela equipa, após a vitória por 1-0 frente ao Santa Clara, em declarações na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga.
Na análise ao jogo, o técnico destacou a maturidade demonstrada pelos seus jogadores perante um adversário bem organizado.
“A equipa foi ambiciosa, tínhamos de ser assim. Sabíamos que o Santa Clara não ia deixar espaços e trabalhámos muito a mobilidade e o controlo do jogo. Não foi fácil, mas a equipa não se precipitou, teve personalidade e soube estar em campo. O golo acabou por ser um prémio justo”, afirmou.
Vicens reconheceu ainda o desgaste acumulado: “Estamos em dezembro, com 29 jogos nas pernas. Por vezes faltou frescura, mas o esforço foi tremendo. Estou muito orgulhoso do trabalho deles, estiveram sempre a competir”.
Questionado sobre o significado da subida ao quarto lugar, o treinador relativizou a posição na tabela, privilegiando a evolução do coletivo.
“Mais do que o quarto lugar, importa olhar para trás e perceber o quanto a equipa evoluiu. Há altos e baixos, mas sentimos que estamos a crescer. Estamos no bom caminho, mas não nos podemos conformar com o que somos hoje”.
Sobre a evolução da equipa ao longo da época, Vicens admitiu oscilações naturais no rendimento.
“Há dias em que estamos mais finos e outros em que temos mais dificuldade. Há jogos em que marcamos cedo, noutros custa mais. Ainda assim, temos identidade com e sem bola. Estamos a meio da temporada, não conquistámos nada, e isso não aumenta a pressão. Temos de recuperar e encarar cada jogo como se começasse 0-0”.
Relativamente à lesão de Niakaté, o treinador foi cauteloso:
“Não tenho informações. Vamos aguardar pela avaliação médica”.
Por fim, deixou uma palavra de orgulho na academia, a propósito da homenagem aos campeões do mundo de sub-17:
“Temos muito orgulho na nossa formação. O caminho deles é continuar a evoluir, com calma. Há muitos anos de trabalho pela frente”.
Vasco Matos, treinador do Santa Clara, em declarações na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota (1-0) frente ao Santa Clara
Técnico açoriano lamenta golo sofrido em momento-chave, mas destaca crescimento, identidade e capacidade competitiva da equipa
Vasco Matos, treinador do Santa Clara, lamentou a derrota por 1-0 frente ao SC Braga, no Estádio Municipal de Braga, mas fez uma avaliação positiva da prestação da sua equipa, sublinhando o crescimento coletivo e a capacidade de competir frente a um adversário de grande qualidade.
Na análise ao jogo, o técnico considerou que o Santa Clara realizou uma exibição consistente.
“No cômputo geral fizemos um bom jogo dentro daquilo que tem sido o nosso crescimento enquanto equipa. O jogo teve duas partes distintas. O Braga entrou forte, com muita organização e qualidade individual, criou superioridades, mas a melhor oportunidade da primeira parte é nossa”, referiu.
Vasco Matos explicou que a equipa foi ganhando confiança, mas acabou por sofrer num momento delicado: “Crescemos no jogo, tivemos dinâmicas que temos vindo a trabalhar, mas sofremos golo após ganhar a bola. O Braga ataca com muita gente e acabámos por sofrer na transição. Foi mais demérito nosso do que mérito do Braga”.
Na segunda parte, o treinador destacou maior controlo, embora com falhas na finalização.
“Tivemos mais bola, mas pecámos no último terço. Saímos daqui reforçados enquanto equipa, com identidade. Acreditámos que podíamos ter vencido frente a uma grande equipa, não só no campeonato como também na Europa. Demonstrámos que conseguimos competir contra estas equipas”.
Sobre a frustração pelo golo sofrido naquele momento do jogo, Vasco Matos admitiu desilusão, mas compreendeu a decisão dos jogadores.
“Sabíamos que aquele era um momento para ter bola. Fiquei frustrado porque estava bem identificado, mas percebo os jogadores. O Braga mete muita gente no processo ofensivo e reage muito rápido. Temos de continuar a evoluir. A equipa está a crescer, a cimentar ideias e estamos alinhados com a estrutura do clube. Estamos tristes com o resultado, mas seguimos em frente”.
Questionado se o jogo da Taça da Liga tinha servido de aviso, o técnico foi claro na distinção entre os dois encontros.
“Foi um jogo completamente diferente, mudámos sete jogadores, alguns fora de ritmo. Sabíamos que a nossa imagem tinha de ser outra. Disse aos jogadores que viemos aqui com a cara suja, mas penso que a limpámos. Este é um ano difícil, depois de dois anos de sucesso, mas estamos conscientes do que temos de fazer. Vamos melhorar com identidade, não apenas com jogadores”.
Ficha de jogo
Jogo no Estádio Municipal de Braga.
SC Braga – Santa Clara, 1-0.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores:
1-0, Ricardo Horta, 42 minutos.
Equipas:
– SC Braga: Hornicek, Lagerbielke, Niakaté (Vítor Carvalho, 82), Arrey-Mbi, Gabri Martínez (Victor Gómez, 70), João Moutinho (Gorby, 59), Grillitsch, Lelo, Zalazar (Pau Víctor, 59), Ricardo Horta e Fran Navarro (Moscardo, 83).
(Suplentes: Bellaarouch, Victor Gómez, Paulo Oliveira, Vítor Carvalho, Gorby, Moscardo, Diego, Dorgeles e Pau Victor).
Treinador: Carlos Vicens.
– Santa Clara: Gabriel Batista, Frederico Venâncio, Luís Rocha, Sidney Lima (Henrique Silva, 76), Lucas Soares (Diogo Calila, 67), Adriano Firmino, Pedro Ferreira (Djé Tavares, 76), Paulo Victor (MT, 59), Serginho (Gabriel Silva, 67), Brenner Lucas e Wendel Silva.
(Suplentes: Neneca, Diogo Calila, Djé Tavares, Henrique Silva, MT, Adriel Moraes, Gabriel Silva, Luquinhas e João Costa).
Treinador: Vasco Matos.
Árbitro: Bruno Costa (Viana do Castelo).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Wendel Silva (36), Luís Rocha (48), Pedro Ferreira (74) e Pau Víctor (88).
Assistência: 5.369 espectadores.































