Treinador do Braga quer que a sua equipa seja cada vez melhor, desvia o foco de um provável recorde e garante que não esperava estar envolvido nas contas do título.
Treinador perspetiva um bom espetáculo frente ao Belenenses e fala dos jogos que mais o marcaram desde que assumiu o comando técnico do Sp. Braga
Jogo com o Belenenses: “Espero um grande espetáculo entre duas equipas com abordagens diferentes ao jogo, mas com identidades próprias. O nosso adversário tem mais um elemento na sua linha mais recuada, sabe o que faz em todos os momentos de jogos e é bem orientado. Será um grande desafio para nós e será mais uma oportunidade contra um adversário que criou grandes dificuldades aos grandes. Teremos de estar muito focados no nosso plano de jogo, respeitando muito o nosso adversário, como todos os outros. Vamos jogar para vencer, é isso que nos tem caracterizado: a nossa forma de ser”.
A um ponto de estabelecer um novo recorde (72 pontos): “O nosso foco é sempre ser melhores, a cada jogo que passa. É nisso que focamos toda a nossa atenção: querermos ser melhores. Os jogos são a nossa avaliação”.
Candidatos ao título? “Fazemos o nosso trabalho. Os nossos objetivos foram bem definidos no início do ano, é engraçado colocarem essa questão e depois a Imprensa não nos dá o devido valor ou respeito. Quando competirmos todos com os mesmos recursos, serei o primeiro a dizer… Corremos por fora com outros recursos. Ambição, sim, desde o primeiro dia. Vamos lutar pelos quatro primeiros quatro lugares. Se seremos no final o primeiro, o segundo, o terceiro ou quarto, depois veremos. Acho curioso que me façam perguntas sobre isso [candidatura ao título] e depois tiram-nos esse mesmo reconhecimento. Vamos continuar a fazer aquilo que temos feito: cumprir o plano de jogo, procurando ser melhores e olhando para dentro. Queremos valorizar o espetáculo e os nossos jogadores, fazendo com que os nossos adeptos apareçam em grande número e que se identifiquem com esta forma de estar e de jogar, em casa e fora. Temos tido um apoio incondicional dos nossos adeptos, têm-nos passado a sua alegria”.
Momentos mais marcantes num ano de Braga: “Por incrível que pareça, foram marcantes as derrotas em Setúbal, para a Taça da Liga, e em Marselha, para a Liga Europa. Foram duas grandes experiências e duas grandes lições. Serviu para crescermos coletivamente. Foram aprendizagens e crescimentos”.
Faria algo diferente? “Tenho que ser humilde porque que este é o meu primeiro ano de treinador na I Liga. Gosto de questionar os jogadores e gosto que me questionem. Aprendi muito com eles, quero que eles percebam que quem os lidera tem conhecimento. Fui jogador e compreendo-os muito bem. Tento sempre que se sintam valorizados com uma ideia. Foi um ano de experiência e que tem corrido bem. Criámos uma identidade, uma harmonia, uma exigência e uma ambição de querer sempre fazer mais e melhor. Estamos contentes, mas não estamos satisfeitos”.
A três jornadas do fim o título, contava ver o Braga envolvido na luta pelo título?“Tenho que ser humilde: não esperava. Eu não posso prometer nada no começo de uma época. O que posso dizer é dar sempre o melhor de mim, a cada dia que passa, para ajudar a equipa a ser melhor. Fizemos uma reestruturação muito grande no plantel: saíram 15 jogadores e entraram outros. E muitos eram referências. Criámos outras. Não prometi que nesta altura do campeonato seria possível lutar pelo título. Disse-lhes [aos jogadores] só que era possível fazer o que ainda não foi feito e que o melhor ainda está por vir”.
Deslumbrado como treinador? “As vitórias trazem-nos sempre mais responsabilidade, exigências, concentração e dedicação. Temos que ter sempre presente uma coisa: o que nos trouxe até aqui? É isso que nos vai continuar a levar. É fundamental estarmos sempre concentrados no trabalho; depois o futuro será o que tiver que ser. Em cada vitória a exigência é dobrada. Conforme vamos ganhando, a fasquia sobe. E ninguém quer mais do que nós.