O regresso dos THE THE

Estamos quase a entrar em contagem decrescente para o 24º Super Bock Super Rock! Nos dias 19, 20 e 21 de julho, o Parque das Nações em Lisboa, recebe uma luxuosa e diversificada mostra de música autêntica nos vários palcos do recinto. No último dia de festival passarão pelo Palco EDP os míticos The The. Uma banda com mais de trinta anos de carreira, que mantém aquela frescura que só está ao alcance dos melhores e mais autênticos, e cujo regresso aos palcos está a fazer notícia.

Os The The assumiram várias formas e tiveram várias formações ao longo dos anos. Sempre com Matt Johnson, claro, o homem que se confunde com a própria banda e que arrancou com o projeto no final da década de 70. Depois de uma infância passada no pub que pertencia ao seu pai, o mítico “The Two Pudding”, em Stratford, entre personagens noturnas e bandas rock, o jovem Matt precisou de partilhar um universo que se formou na sua cabeça, cheio de histórias de vida e muitas canções em resposta.

“Burning Blue Soul”, editado em 1981, foi assinado apenas por Matt, mas é considerado o ponto de partida para toda a discografia dos The The, na altura com vários elementos da cena underground britânica e até alguns membros da banda Wire. Desde aí nunca mais pararam de editar discos e é impossível um bom melómano não se lembrar de lançamentos como “Soul Mining” (1983), “Infected” (1986), “Mind Bomb” (1989) ou “Dusk” (1992), registos que marcaram musicalmente as décadas de 80 e 90 do século passado.

Pela formação da banda já passaram muitos músicos, com diferentes sensibilidades artísticas (J. G. Thirlwell, Jools Holland, Steve Hogarth, Thomas Leer, Sinéad O’Connor, Neneh Cherry e até o mítico Johnny Marr da banda The Smiths.). Tal facto não é um mero acaso ou um fruto das contingências, mas faz parte do próprio plano de Matt Johnson para a banda, inspirado no modelo da Plastic Ono Band. Essa diversidade, juntamente com criatividade fervilhante e quase neurótica de Matt, resultou numa banda capaz de integrar muitas coisas diferentes no som que foi produzindo ao longo dos anos. Ao mesmo tempo que parece integrada no movimento pós-punk e new wave do início da década de 80, também sempre pareceu ocupar um espaço só seu, onde synthpop, pop e rock psicadélico podem conviver alegremente.

“Heartland”, “The Beaten Generation” ou “This is the Day” são clássicos que se mantêm vivos ainda hoje e que vão ser cantados, alto e bom som, no dia 21 de julho no 24º Super Bock Super Rock.