O esquema de burla ao serviços de assistência na doença da GNR e das Forças Armadas envolve cerca de 800 arguidos e ocorreu entre 2010 e 2012
Os subsistemas de saúde da GNR e das Forças Armadas foram alvo de um esquema de burla, envolvendo cerca de 800 arguidos que obtiveram óculos de sol de prestigiadas marcas à custa dos serviços de assistência na doença, noticia esta terça-feira o Jornal de Notícias.
De acordo com o Ministério Público, os beneficiários do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) e Saúde e Assistência na Doença (SAD/GNR) terão sido aliciados pelos gerentes de um grupo de lojas de ótica do Grande Porto, que propunha um esquema de falsificação de documentos, para obterem os óculos de sol.
Os militares da GNR e das Forças Armadas entraram neste esquema de burla ao comprarem produtos não comparticipados, que eram faturados como óculos graduados prescritos por médicos.
Apesar de os militares não terem nenhum problema oftalmológico faziam um exame à visão que servia de base à prescrição médica.
Depois de escolhido os óculos, o processo era enviado para a Associação Nacional de Óticas (ANO), que tem protocolos com os serviços sociais dos militares. Segundo o JN, o dinheiros das comparticipações fraudulentas saía da SAD/GNR e do IASFA para a ANO, que, depois, pagava à ótica em causa.
O esquema de burla decorreu entre 2010 e 2012 e envolve quatro lojas da Ótica Lisboa, com sede em Rio Tinto, Gondomar, que segundo o jornal, terá lucrado perto de 350 mil euros. O Jornal de Notícias tentou entrar em contacto com os responsáveis da empresa, que se mostraram indisponíveis.
O JN refere que o Ministério Público de Gondomar acaba de acusar 56 beneficiários dos serviços sociais de crimes de falsificação de documentos. Também indiciou três gerentes da ótica por burla qualificada e usurpação de funções. Dos 800 arguidos, 745 assumiram a culpa e beneficiaram da suspensão provisória do processo.