Funcionários judiciais, os guardas prisionais, os polícias e os profissionais da Guarda Nacional Republicana juntam-se aos professores, reivindicando medidas com vista à progressão das carreiras.
Funcionários judiciais, guardas prisionais, polícias, e profissionais da GNR juntaram-se aos professores para exigir a contagem integral dos nove anos de serviço congelados para progressão na carreira e querem ser recebidos pelo primeiro-ministro e deputados parlamentares.
Nos últimos meses, os professores têm sido o rosto mais visível da luta pela contagem dos nove anos, quatro meses e dois dias de serviço congelados dos funcionários públicos que têm carreiras especiais.
Agora, aos professores juntam-se também os funcionários judiciais, os guardas prisionais, os polícias e os profissionais da Guarda Nacional Republicana, que também têm carreiras com regras próprias de progressão e promoção.
“O Governo quer eliminar os quase nove anos e meio em que as carreiras estiveram congeladas”, referem o comunicado assinado pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Associação dos Profissionais da Guarda (APG) e Fenprof.
Estes trabalhadores querem recuperar os dois períodos em que as carreiras dos funcionários públicos estiveram congeladas: entre 2005 e 2007 e, posteriormente, entre 2011 e 2017.
As progressões foram congeladas durante o Governo de José Sócrates no âmbito de um dos pacotes de austeridade que entrou em vigor em Janeiro de 2011, altura em que deixou também de ser possível qualquer valorização remuneratória.
Na Administração Pública há carreiras especiais, com regras próprias de progressão e promoção como a dos professores, e as carreiras gerais, cujo regime de progressão está definido no Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP).
Nas carreiras gerais, os trabalhadores são alvo de avaliação e, regra geral, mudam de escalão de dez em dez anos, ao passo que nas carreiras especiais as regras são diferentes.
No caso dos professores, por exemplo, podem mudar de escalão de quatro em quatro anos, sendo que a progressão na carreira tem por base o tempo de serviço, mas também depende da obtenção de “bom” na avaliação e da frequência de um número mínimo de horas de formação. Em dois escalões é ainda obrigatória a observação de aulas por professores exteriores à escola.
Assim, um professor pode progredir de quatro em quatro anos, enquanto um técnico superior demora cerca de dez anos, apesar de também ser licenciado.
Além da recuperação do tempo de serviço que esteve descongelado, o Governo decidiu que no dia 1 de Janeiro de 2018 todos os trabalhadores da Administração Pública teriam as suas carreiras descongeladas.
Nos casos em que se registou uma progressão na carreira, esse acréscimo está a ser devolvido de forma gradual até Dezembro do próximo ano.
No caso dos professores, cerca de 50 mil docentes subiram de escalão em Janeiro: 46 mil mudaram porque quando começou o último período de congelamento já estavam em condições de progredir, mas tal não aconteceu e outros 7 mil subiram de escalão porque vincularam durante o período de congelamento, mas não foram colocados no escalão correspondente (entraram todos para o 1.º escalão).
Estas organizações sindicais decidiram unir-se depois de constatar “que as respectivas tutelas recusaram, até agora, recuperar integralmente o tempo de serviço que esteve congelado, ora justificando com o facto de não ser matéria da sua exclusiva responsabilidade, ora argumentando que a resolução do problema em determinado sector abriria um precedente para os restantes”.
Na próxima semana, dirigentes de todas as estruturas sindicais representativas destes profissionais vão entregar na residência oficial do Primeiro-Ministro um pedido de reunião. Para já, vão iniciar o debate sobre iniciativas e acções conjuntas que poderão vir a desenvolver.