As promessas de lucros de 300% enganaram milhares de pessoas em todo o mundo e muitos portugueses, num esquema em pirâmide que envolve a empresa GetEasy, que teve como rosto patrocinador a vedeta norte-americana Paris Hilton.
Paris Hilton esteve em Portugal, a promover a GetEasy em 2014, num acto publicitário que terá ajudado a empresa a angariar muitos clientes portugueses, interessados em obterem lucros bondosos e rápidos. Mas o negócio não passava de um esquema em pirâmide, conforme a acusação do Ministério Público (MP).
Em Portugal, 150 pessoas apresentaram queixa contra a empresa, reclamando pagamentos da ordem do um milhão de euros. Mas é provável que haja mais vítimas, já que, durante os dois anos de actividade no nosso país, passaram pelas contas da GetEasy cerca de 37 milhões de euros, avança o Jornal de Notícias.
O MP constituiu 29 arguidos no processo judicial que decorre, acusando também quatro empresas portuguesas, de crimes de burla qualificada, branqueamento e recebimento não autorizado de depósitos.
Com sede fiscal em Macau, a GetEasy apresentava-se como negociando a compra e posterior aluguer de geo-localizadores, com os clientes a comprarem pacotes diferenciados – por exemplo, com um investimento inicial de 1200 euros, obtinham a garantia de mais-valias de 200 euros por mês.
Mas, na realidade, a empresa “alimentava-se à custa do dinheiro dos investidores, adquirentes de pacotes/packs de produtos, sendo que estes, contrariamente ao que era anunciado, não recebiam as remunerações anunciadas, nem tão-pouco o aparelho a que alegadamente teriam direito”, aponta o despacho de acusação citado pelo Observador.
O principal arguido do processo é Luiz Ribeiro Pinto que terá importado este esquema em pirâmide do Brasil, onde já estava a ser investigado por causa do envolvimento numa estratégia semelhante noutra empresa.