As tradicionais lâmpadas de halogénio deixam de ser colocadas no mercado a partir de sábado na União Europeia, representando uma poupança estimada em 39 tera-watts por hora (Twh) em 2020, idêntica ao total que Portugal consumia em 2000.

O objetivo da União Europeia (UE) é reduzir em 20% o consumo de energia até 2020, comparado com o consumo nesse ano sem a aplicação de medidas. O uso e lâmpadas de menor consumo, como as chamadas LED, é uma das formas de poupar energia, já que, além de durarem 7,5 vezes mais, consumem 6,6 vezes menos.

Foi por isso que há uma década a UE produziu um regulamento no qual dizia que “não se afigura economicamente viável que os fabricantes desenvolvam e coloquem no mercado” as comuns lâmpadas de halogéneo a partir de 2016. Em 2015 um outro regulamento haveria de anunciar que o melhor momento para esse limite seria o dia 1 de setembro de 2018.

É o que acontece agora com as lâmpadas tradicionais, em formato pêra ou vela (as últimas que serão vendidas até acabarem os “stocks” nas lojas), depois de as direcionais terem “desaparecido” há dois anos.

Em 2007 o consumo anual de eletricidade na UE resultante das referidas lâmpadas foi estimado em 112 Twh, correspondendo à emissão de 45 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Sem medidas, esse consumo chegaria aos 135 milhões em 2020.

Citando os estudos preparatórios o documento já dizia que é possível reduzir de forma significativa o consumo de eletricidade na iluminação.

E falava de outro problema: as emissões de mercúrio durante as diferentes fases do ciclo de vida de algumas lâmpadas, nomeadamente as fluorescentes, que contém mercúrio e que “se presume não sejam recicladas”. Essas emissões foram estimadas em 2,9 toneladas em 2007. Sem medidas, essas toneladas passariam a 3,1 em 2020.

A verdade é que, como disseram ambientalistas contactados pela Lusa, a população europeia não tem de mudar as lâmpadas de casa a partir de 1 de setembro, mas naturalmente quando precisar de as trocar provavelmente só irá encontrar no mercado as mais eficientes LED.

E são dessas que trata o regulamento, das lâmpadas que se destinam à iluminação total ou parcial das divisões de uma residência. Não estão abrangidas lâmpadas para fins especiais, de eletrodomésticos (como um frigorífico) ou de semáforos, por exemplo.

A lei nunca incide sobre o que cada consumidor tem em casa, mas sim nos produtos à venda. E porque é uma lei faseada, em que a data de dia 1 representa a última de seis fases, já tinha proibido outras lâmpadas nos últimos anos.

O objetivo é sempre diminuir o consumo de eletricidade aproveitando as novas tecnologias vantajosas em termos de custos e que levará a uma diminuição dos custos também das famílias.

As organizações ambientalistas, quando há dois anos foram descontinuadas as lâmpadas de halogéneo direcionadas, faziam as contas assim: adquirir e usar uma lâmpada LED durante dez anos custa 19 euros, se for de halogéneo custará 112.

Os ambientalistas não aconselham as pessoas a deitar fora as lâmpadas que têm em casa para as substituir por LED, especialmente se forem lâmpadas em locais de pouco uso.

Mas com o fim do halogéneo a mudança, mais dia menos dia, mais ano menos ano, vai ser inevitável. Para muitos lares mas também para instituições, para escolas e hospitais, para ginásios e autarquias, a eficiência energética já começou.