O Benfica arrisca-se a ficar fora das competições desportivas por um período de entre seis meses a três anos. Este terá sido um dos pedidos do Ministério Público depois da acusação conhecida na terça-feira contra a SAD do Benfica, Paulo Gonçalves e dois funcionários judiciais do clube da Luz.

O jornal O JOGO teve acesso ao despacho judicial e avança, na edição desta quarta-feira, que, de acordo com o artigo 4.º da Lei n.º 13/2017, uma das penas acessórias pode levar os encarnados a incorrerem numa “suspensão de participação em competição desportiva por um período de seis meses a três anos”, correndo o Benfica também o risco de ficar proibido de aceder a benefícios e incentivos por parte do Estado durante um período de um a cinco anos.

Recorde-se que em causa estão alegados crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, oferta ou recebimento indevido de vantagem, favorecimento pessoal, violação do segredo de justiça, violação de segredo por funcionário, peculato, acesso indevido, violação do dever de sigilo e falsidade informática.

O clube da Luz já reagiu, em comunicado, e afirma não ter sido notificado, garantindo também a “inexistência de factos que justifiquem qualquer acusação no âmbito deste processo”. Na mesma nota, o Benfica deixa uma palavra aos adeptos e afirma-se vítima de todo este processo.

“No fim a Lei prevalecerá e será provado que nenhum elemento da Administração da SAD do Sport Lisboa e Benfica teve qualquer tipo de contacto ou conhecimento sobre os factos imputados neste processo. Factos que versam afinal sobre uma matéria sobre a qual, se alguém tem sido vítima, trata-se precisamente do Benfica. Vítima de violação sistemática do segredo de justiça e de arbitrariedade de decisões que merecem da nossa parte o mais forte repúdio e resposta compatível nas instâncias legais”, escrevem os encarnados.