Miguel Santos, treinador da equipa minhota, era o rosto da satisfação.
“Agora as coisas estão a começar a mudar, tivemos de reconstruir um bocado a equipa, tivemos de ir buscar jogadoras novas, jogadoras que não tinham sentido muito impactos destes jogos, nesse aspeto este jogo tinha um cariz importante. Planeámos tudo direitinho, de forma a que as jogadoras pudessem chegar aqui à Supertaça e soubessem saber o que fazer dentro de campo e, acima de tudo, em alguns minutos em que o Sporting pudesse estar por cima do jogo, que a nossa equipa não se desorganizasse e foi isso que aconteceu”, começou por referir.
“A primeira vez que o Sporting vai à baliza recebe o penálti, recebe é uma forma de expressão, tem ali o penálti para se puder adiantar, adiantou-se e depois tivemos de andar atrás do resultado e foi isso que disse às jogadoras no intervalo, temos agora 45 minutos para, pelo menos, empatar o jogo, para podermos levar a prolongamento e sairmos daqui vitoriosos. Empatámos o jogo e nesse momento eu sabia que as coisas tinham finalmente invertido. Disse às jogadoras que tínhamos de marcar os nossos penáltis e, por isso, chegava a Rute defender um. Foi o que aconteceu”, continuou.
“Estas jogadoras, a partir de agora, são jogadoras com títulos, fizeram história no Braga, foi o primeiro grupo de trabalho a ganhar um título no futebol feminino, inteiramente justo, elas são umas guerreiras. Parece-me bem a descentralização, não foi por isso que os adeptos não deixaram de vir. Em relação ao relvado, sei que não é totalmente responsabilidade da federação, às vezes a relva nem sempre está como queremos, nós em Braga também temos o mesmo problema, acho que o relvado deu para as duas equipas praticarem futebol que queriam e entendiam”, terminou.
Nuno Cristóvão treinador do Sporting dispara: “Espero que venham a ter água quente…”
Nuno Cristóvão deixou críticas. “O Sporting mostrou hoje, durante todo o tempo de jogo, tempo regulamentar e tempo extra, porque é que foi vencedor dos cinco títulos anteriores. É preciso ter coragem. Coragem a quem dirige, quem treina, quem joga e quem arbitra. É preciso ter coragem e hoje alguns destes agentes desportivos não tiveram coragem, desde as condições que as equipas tiveram para disputar uma final”, apontou o treinador da formação leonina.
“Se há coragem para mostrar um cartão amarelo aos três minutos da segunda parte, é preciso ter coragem para na última jogada do tempo regulamentar marcar um livro em direto, claríssimo, porque há um atraso de uma jogadora virada para a guarda-redes e a guarda-redes agarra a bola. O Sporting de Braga fez dois remates à baliza em 90 minutos, um que deu o golo e outro, já depois do golo, que a Patrícia Morais defendeu, não senti que a equipasse não acreditasse. Basta olhar para o relvado, espero que venham a ter água quente, elas estavam a dizer que não tinham. Sou do interior, vivi até aos 18 anos na Beira Baixa, mas aqui bem perto há outros estádios que dignificariam mais o futebol das mulheres e das raparigas. Percebo que por opções políticas seja preciso fazer algumas opções, mas é preciso ter coragem de em determinados momentos tomar essas decisões. De certeza absoluta que uma final masculina não era disputada neste campo e não foi por isso que o Sporting perdeu”, acusou, após um jogo disputado em Viseu.